quinta-feira, 29 de junho de 2017

PARECE QUE FOI ONTEM: UMA TRISTE HISTÓRIA SEM NOMES




Numa república de bananas localizada na América Latrina, no início da década de sessenta do século passado, ao abrigo da escuridão da noite, um ser híbrido de senador e latifundiário paulistano, preside uma seção extraordinária no Congresso, com o fito de declarar a vacância do cargo de presidente da República, em carta lida por um líder que no futuro quase assumiria o cargo de maior representatividade da nação, não fora uma mortal diverticulite. Após a sessão no Congresso, apagaram-se as luzes e fecharam-se, literalmente, as portas daquela casa de mãe – Joana. O fantoche civil que tomou conta do pedaço, eterno presidente das interinidades, ganhou um retrato jocoso do médico e garimpeiro de palavras, habitante das Gerais: “ – É um modess – no melhor lugar, nos piores dias, para evitar derramamento de sangue”. Perfeito!

O legítimo presidente empreendeu providencial fuga para uma outra republiqueta próxima, pois seguro morreu de velho. Agora sob o comando de um general oriundo das caatingas nordestinas, muita água rolaria por baixo da ponte frágil da democracia local. Um jornalista careca e gaiato, junto com uma patota de alcoolistas lançou um tabloide nanico e na capa sugeriu a figura do tal general nordestino para Miss Brasil. Claro, incontinenti, foi empastelado o novel pasquim que tinha como legenda: “ Todo homem tem o direito de torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo”. Estavam enganados e brincando com fogo de arcabuz.

Passaram-se quase cinquenta anos da dita aventura rocambolesca na perdida república de bananas da triste América Latrina. O cenário hoje desenha-se apocalíptico e muito próximo ao daquela época: políticos malandros, falsos, corruptos, que se aproveitam no breu das noites para dilapidar todo o patrimônio nacional, mancomunados com a escória do empresariado nativo. Acreditam eles, piamente, que o braço curto de uma justiça – cega, surda, muda e manca - não os alcança e que seus podres irmãos do parlamento não os trairão jamais, respeitando os rígidos códigos da camorra.

No corpo desta história aparecem almas que poderiam ser identificadas como: Raniere Mazzilli, João Goulart, Tancredo Neves, Humberto de Alencar Castelo Branco, Millôr Fernandes e Guimarães Rosa. As figuras maléficas do presente não serão citadas nesta crônica por absoluta falta de espaço e pela sua clara insignificância.


E o povo? A solução definitiva só pode vir da sociedade civil organizada. “ Coxinhas e Mortadelas “, mãos à obra, se é que ainda resta um fiapo de tempo!

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