segunda-feira, 29 de novembro de 2021

 Visita à Casa Paterna

"Como a ave que volta ao ninho antigo ,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo:
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou - me as mãos, - e olhou - me
Grave e terno,
E passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala...( Oh ! se me lembro! e quanto! )
Em que da luz noturna à claridade,
Minhas irmãs e minha mãe...
O pranto jorrou - me em ondas...
Resistir , quem há de ?
Uma ilusão gemia a cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade."
Poesia " Visita â casa paterna " , da autoria de Luís Guimarães ( 1847 - 1898 ).
A foto ilustrando a página foi obtida no ano de 1957 , defronte a casa de número 986 , localizada na Rua Rodrigues Júnior, em Fortaleza , no dia da Primeira Comunhão do garoto Francisco José que neste local veio ao mundo sob as mãos abençoadas de uma parteira , Zefinha , numa madrugada de quinta - feira no ano de 1949.
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Solon Albuquerque, Carlos Alberto Cunha e outras 64 pessoas
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sábado, 27 de novembro de 2021

 As Bacanais , Passado e Presente

Baco , deus da mitologia romana, filho de Zeus e da mortal Sémele , era hedonista e alegre . Educado por ninfas e sátiros que alegravam - no com cantos e danças, e nos bosques colhiam o fresco mel , os cachos de vinha , e bebendo o novo néctar invadidos por divina embriaguez .Entoavam cânticos frenéticos e saracoteavam até atingir o êxtase. Assim segue esse caminhar mundano , não uniforme, até os dias de hoje.
Pé ante pé toma corpo o novo ano de 2022 , com a humanidade ainda sob o jugo perverso do " diabinho espiculado " , e mesmo assim , um bom número de países , engalana - se para curtir novas Bacanais, ofertando , graciosamente , renovado fôlego ao tinhoso vírus do Norte e da morte.
"Lá vem o seu China
Na ponta do pé
Lig - Lig - Lig
Lig - Lig - Lig - Lé
Dez tões, vinte pratos
Banana e café
Lig - Lig- Lig
Lig - Lig - Lig - Lé...
Chinês
Come somente
Uma vez por mês
Não vai
Mais à Xangai
Buscar a Butterfly
E aqui , com a morena
Fez a sua fé
Lig - Lig - Lig - Lé...
Lig - Lig - Lig- Lé, canção carnavalesca , da autoria de Osvaldo Santiago ( 1902 - 1976 ) e Paulo Barbosa (1900 - 1955 ), lançada no ano de 1937 , e até hoje viva nas Bacanais pelo Brasil afora .
Sirvam - se , ninfas e sátiros, e ,
Evoé !
Pode ser arte
Carlos Alberto Cunha, Maria De Jesus Albuquerque e outras 8 pessoas

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

 Coronal , de Padre Antônio Batista Vieira

" O riso é a mais fina e eloquente expressão do espírito. Fala todas as línguas e traduz os sentimentos mais íntimos e nobres. Serve a todas ocasiões e circunstâncias. Para confirmar a verdade. Para esconder a mentira. Para encobrir uma situação difícil. Para esconder uma mágoa profunda ou revelar uma grande afeição.
Há o riso nervoso, que é a contração dos lábios, que se preparam para a tempestade dos palavrões ou dos dentes, que querem morder. Há o riso escarninho, que mal aflora aos lábios, como serpe que se enrosca, em sarças espessas, para melhor desfechar o golpe. Há o riso de complacência e ternura, que é a corola entreaberta, despetalando perfume e encanto. Há o riso espalhafatoso , tonitruante , de esgares desconhecidos, que se avizinha dos guinchos animalescos.
Nada mais sublime que o riso. Nada mais perverso, também. É aristocrático, de puro sangue. É plebeu , vulgar , como bafio de balcão de feira. É espiritual como o adejar ds asas de um pássaro, que mal fere a plumagem no ar. É material e brutal como a lama dos charcos.
Nos lábios de uma criança é um poema de inocência . Nos lábios do moribundo é uma prece de saudade. Nos lábios da juventude é sonho , idílio, amor e esperança. O riso dos velhos é tristeza, evocação e lágrimas. Nos lábios do hipócrita é punhal. Nos lábios do malfeitor é veneno.
Com o riso construímos um mundo de afetos e podemos também destruir amizades sólidas. Com o riso conquistamos a simpatia das crianças, enfloramos de esperança o leito dos moribundos, tomamos a fereza dos próprios irracionais.
Linguagem da alma e do coração, o riso diz mais que todos os poemas literários . Saber rir é arte. Não há galanteria mais refinada, charme mais perfeito de educação, doçura mais encantadora que este leve encrespar dos lábios, que fotografa todas as nuanças e matizes do espírito, e carimba alma da gente , as matrizes de uma afeição e de uma lembrança, que valem uma eternidade de bonança e felicidade ".
Texto " Coronal " que integra o livro " Cem Cortes sem Recortes " da autoria do Padre Antônio Batista Vieira ( 1919 - 2003 ) , cearense de Várzea Alegre. Ordenado sacerdote em 1942 no Crato , Ceará. Deputado Federal pelo MDB , cassado em 1969 , pelo AI 5.
Não confundir com o Padre Antônio Vieira ( 1608 - 1697 ) , português, e expressão do Barroco Literário da língua de Camões , que pregava para índios, brancos , negros , africanos , portugueses , dominados e dominadores.
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Jeannie Gladys, Lúcia Brandão e 1 outra pessoa
1 comentário

terça-feira, 2 de novembro de 2021

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 "Aqui e no alto se cantam os louvores de Deus , mas aqui, por pessoas angustiadas, em cima , por pessoas libertas de qualquer turbação ; aqui , por gente que avança para a morte , acima , por gente viva para a eternidade; na esperança, em cima , na real posse; aqui , no caminho , acima , na pátria .

Cantemos pois agora, irmãos meus , o aleluia , não para exprimir o gáudio do repouso , mas para procurar um alívio na fadiga. Como costumam os caminhantes cantar ; canta , mas caminha ( santo Agostinho, Serm. 256).
Agostinho de Tagaste : homem , mestre, filósofo, retórico, teólogo, moralista ,apologista , polemista, bispo e santo.
Hoje , e sempre , nossa querida mãe, Jurema Costa Eleutério, continuamos juntos sob tua divina guarda , e te amando cada vez mais. Com tua bênção.
Teus amados filhos : Rita , Diana , Stela , Eleutério Neto, e , Francisco .
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Eliseu Moura