domingo, 29 de novembro de 2020

 Alea jacta est / E agora , Drummond ?

E agora , Drummond ?/que será de José?/que ficou sem tostão/que perdeu sua fé/que não tem mais prazer/que deixou de brigar/que rendeu - se ao poder/que não quer protestar/sua raiva murchou/não tem gana mais , não/a esperança acabou/ e agora , José?

Está sem trabalho/está sem dinheiro/está sem amigo/ e sem paradeiro/só vê desespero/miséria, abandono/ e os mesmos Senhores/na terra sem dono/não veio a mudança/ sonhar foi em vão/José já se cansa/e agora , Drummond?

Se você voltasse / se você escrevesse / se você contasse / que sofrer é esse.../ se você existisse/ se denunciasse/ se José pudesse/ ver a sua face.../ mas você foi embora/ que tristeza então/ pra você que chora/e agora , Drummond?

Sozinho ele roda/na roda do mundo/atrás da utopia/jogada no fundo/ não veio a alegria /a justiça não veio/ e o destino do povo/parado no meio/José chama o povo /ninguém lhe responde/mas ele inda marcha/ Drummond , para onde ?/

Paulo César Pinheiro , nascido no Rio de Janeiro, no dia 28 de abril de 1949. Compositor / poeta fértil e precoce. Guarda em seu embornal cerca de 2000 composições musicais. Produziu " E agora , Drummond?" , homenageando o casmurro poeta maior Carlos Drummond de Andrade ( 1902 - 1987 ) e o seu poema " José? ", composto em 1942 , na coletânea Poesias. Tempos ásperos , aqueles , da Segunda Guerra Mundial , e na vigência do Estado Novo de Getúlio Vargas , " O pai dos pobres ".

E hoje , irmãos?
Alea jacta est ( O dado foi lançado) , locução atribuída ao imperador romano Júlio César, significando uma decisão difícil e sem volta !

E crer , por derradeiro, na utopia , na justiça e , nas urnas eletrônicas !
Tudo junto, é muito , Senhor !!!

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terça-feira, 24 de novembro de 2020

 O Mundo Gira : A Vida Não Pára

Um provável artefato chinês singrou os céus, ontem , e foi acompanhado em terras brasileiras , especialmente , no Nordeste pintado de " rubro " : tratava - se , provavelmente , de um foguete inocente rumo à Lua.
Mais uma " coroa " do grande lastro da tecnologia chinesa que engloba o nosso minúsculo bólido azul tão sofrido neste século da pandemia que quase parou o mundo.

" Não, esta noite amor / não pensei mais em ti/ abri os olhos /para olhar em torno de mim/ e em torno de mim girava o mundo como sempre/ gira , o mundo gira/ no espaço sem fim/ com os amores apenas nascidos/ com os amores já acabados/ com a felicidade e com a dor/ das pessoas como eu / o mundo / somente agora , eu te vejo / em teu silêncio eu me perco/ e não sou nada a teu lado / o mundo/ não parou nunca um só momento / a noite persegue o dia / e o dia virá!"

Letra da música " O Mundo " , da autoria de Jimmy Fontana ( 1934 - 2013 ), cantor , compositor e ator italiano.

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sábado, 21 de novembro de 2020

 Dinheiro Não Tem Cheiro ?

Tito Flavio Vespasiano ( 9 - 79 d.C. ) , foi um imperador romano que realizou numerosas reformas administrativas e financeiras durante seu mandato de cerca de dez anos.
Demonstrou larga habilidade na arte de encontrar novas fontes de receitas para o erário.
Certa feita , Vespasiano resolve tributar a urina das latrinas públicas que era utilizada para curtir peles.
Tito , um filho de Vespasiano , confrontou tal medida paterna . Seu pai , arteiro , colocou debaixo do nariz de Tito, tilintantes moedas em abundância, auferidas da cobrança do novo imposto.

" - Dinheiro não cheira , filho " , assim falou Vespasiano.

Deste modo , em terras tropicamericanas , onde não existe pecado , os cínicos, que guardam dinheiro em certos lugares do corpo, defendem com unhas e dentes que , quando se trata do vil metal, a sua proveniência é o que menos interessa !

Fuuuuuummmmm !

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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 Cuidar do Homem

" Cuidar do homem.
Cuidar do homem .
Solução, rima, Raimundo,
É chegado o fim de tudo
E o mundo pode acabar.

De tanto ver, fiquei cego;
Surdo de tanto escutar.
Ainda me sinto gente,
Mas não posso respirar.
Tem veneno em toda terra,
Mil fumaças pelo ar.
Não tem pássaro nem bicho,
E monte líquido de lixo
Se tornou água do mar.

Pra quem pensava que Hiroshima, meu amor,
Tinha sido exemplar,
A Bomba N, a de Hidrogênio,
A Bomba Atômica.
Só quem não tem nenhuma simpatia pela raça humana
Pode insistir num desrespeito
Tão flagrante ao direito de existir.
Talvez se esses caras tivessem
Uma bela dama, um amor puro,
Fizessem fama sobre a cama,
Como autores do futuro.
Por isso , enquanto esses dementes
Tomam por amantes bombas e usinas,
Eu canto , eu danço , eu fumo , eu bebo,
Eu como, eu gozo com essas meninas.
E se você vier com essa :
Que sou ingênuo, artista louco...
Digo - Eu concordo.
Eu pinto, eu bordo , eu vivo muito
E ainda acho pouco.
Não faça a guerra , faça o amor.
... E viva a vida e seus instintos no poder da flor."

Letra da canção " Cuidar do Homem ", da autoria de Belchior (1946 - 2017 ) , e que integra o Álbum " Objeto Direto " ,do ano de 1980.
Separado por mais de um século , Walt Whitman ( 1819 - 1892 ) , o poeta norte- americano, considerado como o " pai do verso livre ", enviou uma mensagem amorosa , para os brasileiros, que vem a calhar com os dias sombrios de hoje onde uma " águia de bico adunco", ameaça invadir a Amazônia Verde - Amarelo!

" Bem - vindo sejas , irmão brasileiro! - teu amplo lugar está pronto;
Um sorriso te enviamos do Norte - mãos afetuosas- uma urgente saudação cheia de sol!
( Que o futuro se haja sozinho, onde quer que surjam transtornos e obstáculos,
Nossas, nossas as agruras do presente, o fim democrático, a aceitação e a fé)
Para ti, neste dia, nossos braços se estendem, nosso rosto se volta -
Sobre ti nosso olhar paira esperançoso. "
"Saudações " , da autoria de Walt Whitman.

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 Coronavírus, em 1995 .

" Os coronavirus são alguns dos diabinhos que estão por trás das gripes comuns em todas as idades e em todos os lugares do mundo, sendo , portanto , um dos aborrecimentos inevitáveis da vida dos seres humanos neste planeta. Batizados com este nome devido à sua coroa de espinhos , que tem a forma de bastões que podem ser vistos ao microscópio eletrônico...
Algumas vezes , as doenças provocadas pelos coronavirus podem ser fatais em animais em animais de laboratório, mas nunca para os seres humanos , exceto talvez para aqueles extremamente vulneráveis...
Os coronavirus são excepcionalmente eficientes quando se trata de reinfectar seus hospedeiros , o que é um dos motivos pelos quais é tão difícil fazer vacinas...
Qual será o propósito evolucionário a que servem estes vírus? Por que será que o tempo só anda para a frente ?"

Tal relato faz parte do livro " Guia de Batalha Contra os Germes " da autoria de Wayne Biddle , lançado no mercado no ano de 1995 . Escritor nascido em Baltimore , e que desde a década de 1970 , com aprumo e leveza , faz reportagens e livros sobre ciência e tecnologia.
Hoje , o mundo tateia às escuras , o milagre por vir , uma vacina contra o Coronavírus, em meio a um combate ideológico/financeiro/político desprezível.

E assim caminha a humanidade !

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domingo, 15 de novembro de 2020

 O Menino Poeta

Para o Poeta - Menino Diogo Fontenelle

" O Menino Poeta
Não sei onde está.
Procuro daqui
Procuro de lá.
Tem olhos azuis
Ou tem olhos negros ?
Parece Jesus
Ou índio guerreiro ?

Trá - lá - lá- lá - li
Trá - lá- lá- lá- lá

Mas onde andará
Que ainda não o vi ?
Nas águas de Lambari,
Nós reinos de Canadá?
Estará no berço
Brincando com os anjos,
Na escola , travesso,
Rabiscando bancos?
O vizinho ali
Disse que acolá
Existe um menino
Com dó dos peixinhos.
Um dia pescou
- pescou por pescar -
Um peixinho de âmbar
Coberto de sal.
Depois soltou outra vez nas ondas.

Ai ! Que esse menino
Será, não será? ...

Certo peregrino
( passou por aqui )
Conta que um menino
Das bandas de lá
Furtou uma estrela.

Tra - lá- li - lá- lá.

A estrela num choro
O Menino rindo.
Porém de repente
( O menino tão lindo !)
Subiu pelo morro,
Tornou a pregá - la
Com três pregos de ouro
Nas saias da lua.

Ai ! que esse
será, não será? ...

Procuro daqui
Procuro de lá.

O Menino Poeta
Quero ver de perto
Quero ver de perto
Para me ensinar
As bonitas cousas
Do céu e do mar ."

O Menino Poeta, da autoria de Henriqueta Lisboa ( 1901 - 1985 ) : Poeta, ensaísta, tradutora , docente de Literaturas hispano - americanas e brasileira. Primeira mulher eleita para a Academia Mineira de Letras , Cadeira 26 , no ano de 1963 ).
Poema retirado do livro Antologia Escolar de Poemas para a Juventude , Edições Ediouro.

Foto que ilustra o texto : o amanhecer deste sábado, 14 de novembro de 2020 , em Fortaleza.

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 Lembrando Leonardo Mota : 15 de Novembro

" Quem vive no Nordeste não é Jeca Tatu, é Mané Chique - Chique. E Mané Chique - Chique não vive de cócoras, porque acomodado ninguém dá vivas à Liberdade, nem liberta escravos , nem abate ditadores, nem funda Repúblicas, nem desbrava florestas ... e Mané Chique - Chique, quatro anos antes do 13 de maio , quebrou os grilhões e fechou as senzalas dos cativos; sessenta e cinco anos antes do 15 de novembro, fundou a Confederação do Equador; cinco anos antes do 7 de setembro, gritou a libertação nacional. "

Leonardo Mota ( 1891 - 1948 ) , nascido em Pedra Branca, no interior do Ceará, e considerado o Príncipe dos folcloristas nacionais.
Assim o folclorista Luís da Câmara Cascudo ( 1898 - 1986 ) descrevia " Leota ":

"Era ele mesmo o sertão. Um toro de aroeira, ardendo ao sol do Ceará, povoado de violeiros e sonoro de estridência desafiante das pelejas cantareiras. Baixo , grosso, impetuoso, a máscara risonha , irradiante de simpatia , irresistível de comunicabilidade, espalhando a musicalidade das recordações na técnica infalível do anedotário incomparável. Ouvi- lo era ver o sertão inteiro, tradicional e eterno, paisagem horizontal dos tabuleiros , candelabros de mandacarus, vulto imóvel das serras misteriosas, ondulação verde do panasco na babugem das primeiras águas; vozes , cantos , benditos ,apoios, feiras ,cangaceiros , cantadores , assombrações, chefes políticos, analfabetos imortais , populares, soldados , comboieiros, luares , entardecer..."

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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

 Pelo Vôo de Deus Quero Me Guiar

" Não quero aparelhos
Para navegar.
Ando naufragado,
Ando sem destino.
Pelo vôo dos pássaros
Quero me guiar.
Quero Tua Mão
Para me apoiar,
Pela Tua Mão
Quero me guiar
Quero o vôo dos pássaros
Para navegar.
Ando naufragado
Quero Teus Cabelos
Para me enxugar !
Não quero ponteiro
Para me guiar.
Quero Teus Dois Braços
Para me abraçar.
Ando naufragado,
Quero Teus Cabelos
Para me enxugar.
Não quero bússolas
Para navegar,
Quero outro caminho
Para caminhar.
Ando naufragado,
Ando sem destino,
Quero Tua Mão
Para me salvar."

Poema " Pelo Vôo de Deus Quero Me Guiar " , da autoria de Jorge de Lima ( 1893 - 1953 ) : médico, poeta, ensaísta, biógrafo, historiador, prosador, pintor e fotógrafo.

Foto que ilustra o texto : Praça Rogério Fróes, 10 de novembro de 2020 , final da tarde.

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domingo, 8 de novembro de 2020

 Liberdade

" - O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos , que é santo de romaria, deram então me chamar Severino de Maria, como há muitos Severinos com mães chamadas Maria , fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias...
Desde que estou retirando só a morte vejo ativa, só a morte deparei e às vezes até festiva só a morte tem encontrado quem pensava encontrar vida, e o pouco que não foi morte foi de vida severina ( aquela vida que é menos vivida que defendida, e é ainda mais severina para o homem que retira )...

Somos muitos Severinos , iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo se equilibra, no mesmo ventre crescido, sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta, e se somos Severinos iguais em tudo na vida , morremos de morte igual , mesma morte severina: que é a morte de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia ( de fraqueza e de doença, é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida )".

Excertos do poema Morte e Vida Severina, obra - prima do pernambucano João Cabral de Melo Neto ( 1920 - 1999 ).

No adusto chão do sofrido Ceará estamos em véspera de eleições. Há que se ficar atento às práticas daninhas que , por vezes , proliferam nessas pelejas.
Somos seres do desejo e nossos desejos , comumente , se opõem. O conflito é a própria essência da sociedade. A democracia não é a ausência de conflitos .
Sejamos atores conscientes de mudanças, sendo semente , adubo e colheita !
Vamos pôr ordem na casa , Ceará!

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 2020 , Adeus

2020 , o ano aziago onde o mundo dobrou os joelhos ao rés do chão. E num passe de mágica, agora " repercute" na web a descoberta de uma " vacina sagaz e asséptica " , sem efeitos colaterais , que , de chofre, engoliu até as gigantescas queimadas do Pantanal e da Amazônia. Uma pândega!

E que vacina é essa ? Nem é chinesa , nem russa , nem inglesa. Todas as três citadas , encontram - se em penosa gestação.
Trata - se de uma " vacina americana " incubada em laboratórios midiáticos : as eleições presidenciais ianques das pastorinhas vermelhas e azuis . Amanhã tudo finda .
Uma graça , não?

Hora de virar a página do tempo e antecipar o novo ano de 2021 com a " verdadeira vacina " , essa enfim , para sanar os infinitos males que tantos prejuízos carrearam a inocentes vidas.
Basta !

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terça-feira, 3 de novembro de 2020

 Oração

" Senhor, para onde irei ?
Para onde Jesus iria :
Para a ovelha mais tresmalhada,
Para o irmão mais doente,
Para os mais abandonados,
Para os que têm menos pastores,
Para os mais cativos do demônio ,
Para os mais cegos,
Para os mais perdidos ."

Poema " Oração " , autoria de Charles de Foucauld (1858 - 1916 ) : explorador , geógrafo, religioso católico francês, beatificado pelo papa Bento XVI em 2005.

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domingo, 1 de novembro de 2020

 " A vida é o mais belo dos poemas, a vida que lemos enquanto a compomos; poema em que se ligam e ajudam mutuamente a inspiração e a consciência, a vida que conhecemos como microcosmo e que representa perante Deus a repetição em miniatura do poema universal e divino.

Sim , sê homem quer dizer, sê natureza, sê espírito, sê imagem de Deus, sê o que há de maior, de mais formoso, mais elevado em todas as esferas do ser; sê uma ideia e uma vontade infinita, uma reprodução do grande Todo. E sê tudo não sendo nada, suprimindo - te, deixando entrar a Deus em ti mesmo como o ar num espaço vazio, reduzindo teu eu egoísta ao continente da essência divina.

Sê humilde , recolhido e silencioso para ouvir, no fundo de ti mesmo, a voz sutil e profunda ; sê espiritual e puro para entrar em comunhão com o espírito puro. Retira - te amiúde, ao último santuário de tua íntima consciência, penetra em tua pontualidade de átomo para libertar- te do espaço, do tempo , da matéria, das tentações, da dispersão, para escapar de teus próprios órgãos e de tua própria vida, quer dizer , morre com frequência e interroga - te diante dessa morte, como preparação para a morte final."

Henri - Frédéric Amiel ( 1821 - 1881 ) : Poeta , Crítico Literário, Professor de Estética e Filosofia em Genebra. Autor de Diário Íntimo, escrito entre1847 e 1881.

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 Em Todos os Jardins

" Em Todos os jardins hei - de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.

Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei - de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há- de abrir.

Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo .

Então serei o rítmo das paisagens ,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.

Vi florestas e danças e tormentos,
Cantavam rouxinóis e uivavam ventos
Nos céus atravessados por cometas.

Vi luz a pique sobre faces nuas,
Vi olhos que eram como fundas luas
Magnéticas suspensas sobre o mar.

Vi poentes em sangue alucinados
Onde os homens e as sombras se cruzavam
Em gestos desmedidos, mutilados.

Levada por fantásticos caminhos
Atravessei países vacilantes,
E nas encruzilhadas riam anjos
Inconscientes e puros como estrelas ."

Poema " Em Todos os Jardins " da autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen ( 1919 - 2004 ), nascida na cidade de Porto , Portugal.
Uma das mais belas vozes do lirismo português .

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