segunda-feira, 30 de julho de 2018

O olhar inocente de uma criança para o eclipse
Esse painel de cores com a lua no canto superior esquerdo e o sol tomando boa parte do desenho , foi a visão de Ana Lis , 8 anos, sobre os momentos que antecederam ao eclipse de ontem.

Ah ! , minha filha , desejo para você, coisas simples que sempre busquei . Um dia você entenderá as razões:
Dê valor às coisas, não pelo que valem, senão pelo que significam;
Durma pouco e sonhe mais;
Vista roupas simples e fique de bruços sob o sol , deixando descoberto não só o corpo como também a alma ;
Escreva sobre o ódio na superfície do gelo e espere , pacientemente , o despertar do sol para apagá-lo ;
Regue com lágrimas as rosas, para sentir a dor de seus espinhos e o vermelho beijo de suas pétalas;
Mostre a todo mundo que o melhor não é viver no alto da montanha , mas que a verdadeira felicidade está na forma de vencer suas escarpas;
Sinta que um homem só tem o direito de olhar o outro de cima para baixo quando está ajudando-o a se levantar;
Sempre diga o que sente e faça o que pensa, pois ninguém se lembrará de nós por termos pensamentos secretos , senão pela força e sabedoria de nossas palavras.
Siga em frente , confie em Deus !
Eleutério ☆☆☆☆

segunda-feira, 23 de julho de 2018

RELEMBRANÇAS

Voltando a um passado de 50 anos , quando pegava " carretilha " usando tábua de engomar adaptada como prancha nas proximidades da Ponte dos Ingleses , na Praia de Iracema.

 Vez por outra saía a nado desta Ponte , evitando as longarinas horizontais , verdadeiras armadilhas , e ia até a Ponte Metálica. Claro que eu era imortal e feliz.

Hoje , na minha segunda infância, apenas pego pequenas ondas com os devidos cuidados com fins de evitar acidentes maneiros.

" Faz muito tempo/que eu não vejo/ o verde daquele mar quebrar/nas longarinas da Ponte Velha/que ainda não caiu/faz muito tempo/que eu não vejo/ o branco da espuma espirrar/naquelas pedras/com a sua eterna/ briga com o mar /uma a uma as coisas vão sumindo/ uma a uma se desmilinguindo/só eu e a Ponte Velha teimam resistindo/e a nova jangada de vela/pintada de verde e encarnado/só meu mote não muda a moda/não muda nada/e o mar engolindo lindo/a antiga Praia de Iracema/e os olhos verdes da menina/ lendo o meu mais novo poema/e a lua viu desconfiada /a noiva do sol com mais um supermercado/era uma vez meu castelo/ entre mangueiras/e jasmins florados/e o mar engolindo lindo/e o mar engolindo rindo/Beira-Mar/ êê/Beira-Mar/ê, maninha/arma aquela rede branca/que eu estou chegando agora "

Longarinas , canção de Ednardo !



Em Terra de Cego , Quem Tem um Olho é Rei
"Se em terra de cego, quem tem um olho é rei/imagine quem tem os dois/é muito quadro pr'uma parede/é muita tinta pr'um só pincel/é pouca água pra muita sede/muita cabeça pr'um só chapéu/muita cachaça pra pouco leite/muito deleite pra pouca dor/é muito feio pra ser enfeite/muito defeito pra ser amor/ é muita rede pra pouco peixe/muito veneno pra se matar/muitos pedidos pra que se deixe/muitos humanos a proliferar"/

Do Muito e do Pouco , canção da autoria de Oswaldo Montenegro e Zé Ramalho.

A passagem de um lugar a outro , mostra que tudo passa e nada permanece. Num mundo em que tudo muda , a imutabilidade é impossível ou mortífera. Um país, um partido ou uma empresa só podem se manter contanto que se adaptem sempre. Um indivíduo só pode continuar sendo ele mesmo contanto que evolua, nem que a contragosto. A mudança é a lei do ser, e a única coisa que talvez não mude : que tudo muda é uma verdade eterna ( André Comte - Joinville).

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Com o Brasileiro Não Há quem Possa
1958 (Suécia) , 1962 ( Chile ) e 1970 ( México) , o Brasil sagrou-se Campeão Mundial de Futebol. Época de ouro de nosso esporte bretão. 

A escalação básica da seleção de 1970 :
Félix, Carlos Alberto , Brito , Piazza, Everaldo , Clodoaldo , Gérson, Jairzinho , Tostão, Pelé e Rivelino. 
O escrete brasileiro regressou coberto de glória numa verdadeira apoteose, ao som de de uma marchinha :
" A taça do mundo é nossa , com o brasileiro não há quem possa ".
A Taça Jules Rimet ficaria definitivamente no Brasil , sob a guarda da CBF ( confederação brasileira de futebol) situada na Rua da Alfândega, 70, no centro do Rio de Janeiro.

Em 1966 , em Londres , a Taça Jules Rimet foi roubada e logo recuperada.
No dia 19 de dezembro de 1983 , dois ladrões mascarados invadiram o prédio da CBF e levaram a Taça Jules Rimet, com extrema facilidade. O roubo contou com a ajuda de um funcionário que tinha acesso livre às dependências do dito prédio. No dia seguinte a Taça Jules Rimet foi entregue a um comerciante argentino , para desmanche e venda. A firma do dito comerciante mudou de nome para o sugestivo e debochado :
AURIMET ( auri = ouro ) ; ( rimet = Jules Rimet ).
Faz 35 anos do famigerado e humilhante roubo e , continuamos no mesmo :
" A Taça do Mundo é nossa, com o brasileiro não há quem possa " .
Campeão do Mundo , em corrupção e em violência !

Quer mudança? Tem aí uma " arma " infalível: o voto soberano , nas eleições que se avizinham !
Bora lá , gente !

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Um Simples Alerta Apartidário
A vida é demasiadamente curta, façamos o Bem sem demora. Não me preocupa a presença de semideuses ou pretensos donos da verdade.
Quero ao meu lado, de coração, fraternalmente, seres humanos simples, lapidando seu caminho ao caminhar, mirando as estrelas , mas com os pés fincados no pedregoso chão da realidade crua.

Irmãos que nos quefazeres da vida sejam úteis aos demais e melhorem algo na sociedade.
Nas Instituições em que laboro, harmoniosamente convivo com confrades e confreiras de várias matizes ideológicas, e que formam um belo cadinho de onde brotam rico e puro humanismo.
A alegria de viver encontra-se em nossas mãos. Somos donos do agora; o passado nos foge por entre os dedos sem que possamos modificá- lo ; o futuro, este faz-se desconhecido e inalcançável.
Somente os grandes homens possuem a exata dimensão de sua pequenez.
"O que sabemos é apenas uma gota d'água; o que ignoramos é um oceano " ( Isaac Newton).

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Como se fosse pecado

É claro que eu quero o clarão da lua/É claro que eu quero o branco no preto/preciso, precisamos, da verdade nua e crua/mas não vou remendar vosso soneto/( batuco um canto concreto/pra balançar o coreto)/por enquanto, o nosso canto é entre quatro paredes/Como se fosse pecado, como se fosse mortal/segredo humano, pro fundo das redes / tecendo a hora em que a aurora for geral/por enquanto , estou crucificado e varado/pela lança, que não cansa de ferir/mas neste bar do Oeste - Nordeste - Sul , falo cifrado: - Hello, bandidos ! Bang ! É hora de fugir/ mas , quando o canto for tão natural como o ato de amar/Como andar, respirar, dar a vez à voz dos sentidos/ Virgem Maria - dama do meu cabaré, quero gozar/toda noite sobre tus pechos dormidos / romã, romã quem dançar, quem deixar a novidade louca/ mas daquela loucura que aventura a estrada/ e a estrela do amanhã e aquela felicidade/ arma quente/ quem haverá que aguente tanta mudez/ sem perder a saúde?/( a palavra era um dom, era bom, era conosco/era uma vez ...)/ felicidade , arma quente , com coisa quente é que eu brinco/take it ease, my brother Charles/ Anjo 45 !/ tá qualquer coisa meu irmão/ mas use o berro e o coração que a vida vem no fim do mês "

Canção " Como se fosse pecado " da autoria do gênio Belchior

 ( 1946 - 2017 ).

Romã, romã, para quem trouxer a luz àqueles que se fizeram cegos pela cobiça nesse gigante varonil , ora um paciente em estágio terminal. Instituições tomadas pelo cancro metastático nas entranhas dos poderes executivo, legislativo e judiciário.
Qual o custo desta brincadeira de gato e rato no prende e solta para a esquálida nação?
Logo mais batem à porta eleições onde podemos mudar , radicalmente , a face destas corroidas instituições nas mãos de senhores medievais.
Mudar é preciso , Brasil , dar vez á voz dos sentidos , como diz o poeta latinoamericano , juntos seremos mais !



segunda-feira, 9 de julho de 2018

Mudança/ Estagnação/Retrocesso
Mesmo a água, simbolo do fluxo de Heráclito, uma vez parada , vira um poço de ameaças mórbidas. Do mesmo modo , mudanças céleres na institucionalidade política , social e econômica de uma nação são sempre bem vindas.
Há pouco acabou um inebriante porre coletivo e nas vindouras eleições do final do ano espera-se que o povo ajude no resgate benfazejo de nossas combalidas instituições pátrias. 

"Suprema Bondade é como a água /sem disputa, a água beneficia todos os seres/habita os sítios que a multidão detesta/e por isso, é semelhante ao Tao/vive com bondade na terra/ama com bondade como um rio profundo/doa com bondade no amor/fala com bondade na confiança/ governa com bondade na ordem/age com bondade na eficácia/e realiza com bondade no momento propício/assim, sem disputa, não há ressentimento "( Tão Te King).

Mãos à obra, Muda Brasil !

Mudança com Saúde e Juventude

Para o Dr. Euler Sauaia 

"Eu sei perfeitamente quem sou eu , que sou. Um ser minúsculo, sei , mortal , de existência brevíssima colocado na calota do universo. Aqui posto , olho as infinitudes que para além de mim, sem fim , se desdobram num universo imenso . Eterno , inútil. Também posso voltar-me para mim , atento às voltas de meus intestinos ou para meu sentimento do mundo. O atrativo mesmo é olhar a meu redor , ver as gentes parecidas comigo . Espantosa é a visão, se me exorbito e olho lá fora , para esse mundão de grandeza inesgotável, independente de mim , a mim indiferente. O que mesmo me comove é a relação : eu e os mais. Não é uma visão de mim sem eles , nem deles sem mim. É sempre a visão de mim com eles , parte deles.
Porque o Brasil não deu certo ? Ainda não deu! Vai dar ? Por que caminho ?"

Excerto do discurso de Darcy Ribeiro (1922 - 1997 ) ao receber o título de Doutor Honoris Causa , da Universidade de Sorbonne em 1978.

Em 2018 , temos plena consciência que devemos imprimir mudanças necessárias nas nossas instituições. Nenhum ser humano pode vangloriar-se de possuir o monopólio do saber, da justiça e da verdade. A vida é uma aventura ousada , ou nada.
Vamos para Mudança com Saúde e Juventude !

"Pinga pinga indiferentemente

A água de prata
Do chuveiro do céu .
Das árvores encolhidas pelo frio
Escorrem pela capa verde
Pérolas líquidas 
Que tombam indolentemente...
E na vidraça fina
A teia d'água surge
Engrossa 
E cresce de repente ...

Poema "Chove... " da autoria de Mozart Firmeza ( 1906 - 1965 ).

A foto registra um banho de chuva por conta do temporal BELGA em Fortaleza e que inaugurou oficialmente, digo, inundou um caprichado túnel no Bairro 13 de Maio.
 — em  Porto Das Dunas.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

ATÉ BREVE, MESTRE
No início da década de 70 do século passado, no Hospital Batista Memorial de Fortaleza, pelejava um grupo de nobres ginecologistas: Dr. Silas Munguba; Dr. Edyr Ramalho; Dr. Expedito César; Dr. Lenine da Justa e Dr. Oscar Neres, dentre outros.
Destaco naquele ambiente hipocrático, um jovem inquieto e extremamente vivaz, Manuelito Lima, ainda estudante de medicina da UFC, que auxiliava as cirurgias ginecológicas realizadas no Hospital Batista. Devo a esse estudante à época, e aos mestres acima citados, minha aprendizagem em cirurgia ginecológica.
O Dr. Lenine da Justa caracterizava-se por portar uma habilidade invulgar nas cirurgias por via vaginal e um bom humor contagiante, mesmo diante de situações complexas e adversas.
Prestou serviços ao longo do tempo a diversas entidades médicas locais, sempre com brilhantismo, ética e profundo senso de humanidade. Construiu uma sólida e bela família, deixando seu nome marcado como um grande exemplo na ciência/arte de cuidar do outro e de fazer o bem.
Ninguém pode ser um homem verdadeiramente extraordinário se não sabe nas coisas de cada dia ser um homem comum. Sua vida deve estar cumprida e perfeitamente estruturada em forma comum e nutrir-se de simpatia. Assim procedeu o nobre Dr. Lenine.
Hoje, 04 de julho de 2018 segue viagem rumo ao infinito, tranquilo, e ciente que contribuiu, graciosamente, para tornar a humanidade mais leve.

Até breve, querido mestre José Lenine da Justa!

segunda-feira, 2 de julho de 2018

A Vida Não é Só Isso que Se Vê 

Para a Dra. Márjorie Mota
Tudo na Natureza e na Vida tem duas faces, dois aspectos que se complementam: lua e sol; masculino e feminino; frio e quente; luz e sombra. Uma lista que beira o infinito . O yin e o yang.
A vida não é só aquilo que percebemos !

"Vista assim do alto/mais parece um céu no chão/sei lá/em Mangueira a poesia feito um mar/se alastrou/e a beleza do lugar , pra se entender/tem que se achar/que a vida não é só isso que se vê/é um pouco mais/que os olhos não conseguem perceber/e as mãos não ousam tocar/e os pés recusam pisar/sei lá não sei/não sei se toda beleza de que lhes falo/sai tão somente do meu coração/ em Mangueira a poesia/num sobe e desce constante/anda descalça ensinando/ um modo novo da gente viver/ de sonhar, de pensar e sofrer/sei lá não sei, sei lá não sei não/ a Mangueira é tão grande/que nem cabe explicação "

Sei Lá Mangueira , composição de Paulinho da Viola , o filósofo do samba .
 — em  Porto Das Dunas.

Do Amor e do Mar
Aqueles que quiseram nos representar o amor e seus caprichos o compararam de tantas maneiras ao mar que é difícil acrescentar o que quer que seja ao que disseram. Fizeram -nos ver que um e outro têm inconstância e infidelidade iguais, que seus bens e seus males são inumeráveis, que as navegações mais felizes ficam expostas a mil perigos, que as tempestades e os escolhos sempre devem ser temidos e que , muitas vezes, mesmo no porto se naufraga.
Mas, ao nos exprimirem tantas esperanças e tantos temores, não nos mostraram de modo suficiente, me parece, a relação que há de um amor desgastado, inerte e em fase final com essas longas bonanças , com essas calmaria aborrecedoras que são encontradas no percurso: cansados de longa viagem, desejamos que chegue ao fim ; avistamos a terra , mas o vento não sopra para chegar a ela; vemo-nos expostos às intempéries das estações; as doenças e a apatia nos impedem de agir ; a água e os víveres faltam ou mudam de gosto; recorremos inutilmente a um socorro estranho; tentamos pescar, mas só conseguimos alguns poucos peixes , sem deles tirar alívio ou alimento; estamos cansados de tudo o que vemos, ficamos sempre com nossos próprios pensamentos e estamos sempre aborrecidos; vivemos ainda, mas lamentamos viver; esperamos por desejos que nos levam a sair de um estado penoso e apático, mas os que conseguimos ter são fracos e inúteis .

"Do Amor e do Mar" , de autoria de La Rochefoucauld ( 1613 - 1680 ).