domingo, 27 de março de 2016

AL CAPONE, ONTEM E HOJE

Alphonse Capone (1899-1947) nasceu no dia 17 de janeiro de 1899 no Brooklin, em Nova York. Era filho de Gabriele Capone, um humilde barbeiro napolitano, e de Tereza Capone. Em 1906 Gabriele Capone torna- se cidadão americano e o petiz Alphonse tem, não um dedo, mas o nome amputado para “ Al “, ali sim, nascia o famigerado Al Capone.
Aos 5 anos de idade, Al inicia seus estudos formais numa escola pública e com 14 anos de idade, por tentativa de assédio sexual contra uma professora, é expulso do colégio, encerrando, precocemente, sua vida escolar. Fato comum observado entre títeres no mundo inteiro, este de desprezar o saber acadêmico.
Em 1909 Al inicia seu voo no mundo do crime servindo de “ aviãozinho” para o bandido Johnny Torrio. No ano de 1917 Al Capone trabalhando no bar Harvard Inn de propriedade do gangster Frankie Yale recebe numa briga, três cortes no rosto e um adequado apelido: “ scarface “.
Em 1918 nasce Albert Francis Capone, o único filho de Al Capone e de Mary Josephine Couglin. O garoto deu entrada neste mundo, marcado - a -ferro pela cruel Sífilis Congênita. No ano de 1920 entra em vigor a “ Lei Seca “ americana restringindo a comercialização de bebidas alcoólicas e que serviu de alavancagem para os negócios ilegais de Al Capone. Neste mesmo ano morre seu pai, Gabriele Capone e Al afunda de vez no mundo do crime. Al transfere-se com sua família para Chicago onde acontece uma guerra suja com assassinatos em série de marginais da região.
Em 1927 Al Capone é preso por porte ilegal de arma de fogo e cumpre pena de 10 meses, sendo liberado por bom comportamento. No ano de 1931 recebe sentença de 11 anos de reclusão além de 50 mil dólares de multa e de30 mil dólares de despesas judiciais. A prisão de Alcatraz serve de abrigo em 1932 para Al Capone.
Um agente do Tesouro americano, Eliot Ness (1903-1957) famoso por seu comportamento rígido, não deu trégua ao famigerado bandido Al Capone.
Em 1938 surgem os primeiros sinais de sífilis neurológica em Al Capone que no ano seguinte deixa a prisão em busca de tratamento, à época precário, posto que, não existiam ainda os famigerados antibióticos. No ano de 1945, Al torna – se um dos primeiros pacientes beneficiados com o novo tratamento para sífilis, a milagrosa Penicilina. Mas já era tarde, pois a doença atingira um estágio bastante avançado e irreversível.
Em 1947 morreram Andrew Volstead (autor da Lei Seca) aos 87 anos de idade e Al Capone, aos 48 anos.
Pindorama nos dias presentes vive numa perigosa e persistente situação de caos político, social e moral com o “ crime organizado “ incrustado nas instituições republicanas; com clones de “ scarfaces “ confrontando-se de peito aberto com a justiça ; com um “ Eliot Ness “ curitibano , “ macho que só preá “ ; e , uma  prisão de “ Alcatraz “ pronta para receber com ajudas de “ Pedrinhas “ e “ Papudas “ os ilustres visitantes “ doutores de trabuco “ , pertencentes a TODOS os partidos , “ cobras e cabras peçonhentas “ que se escondem na escuridão do caos vigente da corrupção . O povo sofrido de Pindorama aguarda, anseia e clama pela Justiça dos Homens, que é cega, mas enxerga quando quer!
A PF está cumprindo com destemor sua nobre missão; MP e STF, confiamos em sua sapiência, retidão , espírito altaneiro e amor pátrio !

segunda-feira, 21 de março de 2016

UMA ANTIGA FÁBULA: DIZER É FÁCIL; FAZER É QUE SÃO ELAS

Um lobo de pelagem clara, de aspecto raivoso e pestilento, foi designado, às caladas da noite, para tomar conta de uma pacífica comunidade de ovelhas. O bruto animal chegou tocando horror, rangendo os dentes e babando ódio verberando que “ se farejasse no ar qualquer bizarrice, o pau iria comer, começando por trocar todo o conselho gestor das ovelhas. Um linguajar de puro embate, de quem quer guerra e que não aceita qualquer argumento. É o desespero de uma causa quase perdida.
Associações que sempre primaram com galhardia o cuidar zeloso do bem- estar da comunidade de ovelhas em pauta, afrontadas diretamente por tais diatribes falaciosos e intimidadores, precisam com urgência, dentro do primado da lei, mostrar força, união e vigor, não arredando um milímetro sequer, de sua nobre missão de passar o país a limpo, lavando - a- jato a imundície que ameaça a vida da sofrida e heroica comunidade das ovelhas .
Um aviso ao dito lobo- mau: “ Dizer é fácil: fazer é que são elas “.

domingo, 20 de março de 2016

DIÁLOGOS SALVOS POR MILAGRES DA DEMOCRACIA

Primeiro diálogo telefônico:
“ - Alô mano! A atual conjuntura enseja uma real preocupação nos âmbitos político, social, econômico e ético”
“ – Certo, parceiro. Estou aproveitando o tempo livre fazer uma atualização sobre Maquiavel e Marx. Acredito piamente que as forças vivas da sociedade buscarão com sucesso uma saída para o dito imbróglio “
Segundo diálogo telefônico:
“ – Chefia, os meninos da PF e do MP se sentem enviados de Alá. Bando de ignorantes e pernósticos! “
“ – Chefia, vê se termina com esta mania besta de alma de pobre comprando um “ sitiozinho vagabundo “ e tríplex fajuta “
Estes hipotéticos diálogos foram proferidos por:
Dois celerados enjaulados numa masmorra de segurança máxima?
Dois magnânimos estadistas: um quase – ministro e o outro, prefeito de um burgo situado em Pindorama?
Acreditem !!: o diálogo citado no início da crônica era entre dois celerados presos e o segundo , pasmem ,entre dois fogosos políticos rindo à toa !
Entendem agora o real motivo pelo qual entidades civis de respeito como OAB, AMB , MPF, PF, Fiesp e mais de uma dezena de outras forças democráticas de Pindorama tentam dar um basta neste imbróglio na casa de Mãe – Joana ?
Não .... Vai ter golpe, mas apenas um corretivo salvador e sem mimimi, OK ?
UM SAFARI NA IDADE MÉDIA: UM MITO AFRO

A visita de um “ santo negro “ de nome estrambótico, Ogramma , ocorrida na Idade Média a um pedaço de terra perdido no oco do mundo , cercado de sangue e tubarões por todos os lados , emergiu na boca do povo . Ali vivia uma gente paupérrima sob o tacão de dois irmãos sanguinários, há mais de meio século gerenciando uma brutal e desumana ditadura. Algumas repúblicas nanicas comunistas da região, incluindo Pindorama, sustentavam financeiramente a pequena ilha. Naquela época, grupos de rock pauleira, como uns decrépitos “ velhinhos transviados” faziam enervantes shows naquele fim de mundo prestes a afundarem juntos. Fanáticos incautos, antecipadamente, comemoravam o “ progresso “ esperado com as festas: o incremento do consumo de drogas alucinógenas e a revitalização da “ mais antiga das profissões “. O disparo de DSTs não estava sendo cogitado, posto que, a medicina dos xamãs da ilha era a mais evoluída do mundo !!!  Santa ignorância! Pousadas regurgitavam estrangeiros louros e arianos ávidos para “ matar luxuriantes fantasias “ dos pretéritos tempos com “ negras mucamas “.

O mais triste desta história: nenhum desinfeliz destes “ ricos “ visitantes ofertaram a mão humanitária de apoio aos milhares de opositores do sangrento regime que padeciam horrores nas fétidas masmorras da malfadada ilha. Um mundo – cão verdadeiro, parecido ao que se assiste hoje em dia, nas infectas ditaduras ainda arquejantes. Uma lástima, meus senhores!

quarta-feira, 16 de março de 2016

UMA NAÇÃO ESFACELADA: 16 DE MARÇO DE 2016

Insanidade
Demência
Desfaçatez
Descaramento
Cinismo
 Deslealdade  
 Perfídia
 Incompetência
  Improbidade

   Imoralidade
   Falsidade
   Fingimento
   Hipocrisia
   Hostilidade
   Humilhação
    Aviltamento
    Ignomínia
     Infâmia
     Traição
      Trama  
      Tramoia  
      Fantasmagoria
      Fraude
       Indecência
       Logro.
       Desculpe, Pátria Amada tão gentil, hoje profanada. Teus filhos irão à luta para te recuperar desta soez agressão que vilipendiam as mais comezinhas normas institucionais vigentes. Certeza temos que ressurgirás das cinzas para viver, como mereces, um porvir altaneiro. Que assim seja!

segunda-feira, 14 de março de 2016


CONVERSA COM POMBOS: DECERTO PERDESTE O SENSO

Um permanente e ameaçador céu carregado de nuvens negras paira sobre Pindorama com a implicante e resistente Dama de Ferro, convocando, uma vez mais, seu enigmático e camaleônico Vice para um breve passeio em volta do bucólico Palácio do Entardecer. Ela piamente crê que a tal sorumbática figura, avara em palavras, mergulhada sempre num agourento silêncio, possui o dom de conversar com os pássaros, como um pós-moderno São Francisco nascido em pleno Tietê, São Paulo.

Logo no início da caminhada um belo casal de pombinhos gorjeia, ali perto, com penas cinzentas arrepiadas, caudas dispostas em leque e rodopiando feito uns dervixes em transe.

A Dama de Ferro, de pronto, emite a ordem para a tradução fiel da linguagem columbídea:

“ - O que dizem tais criaturas barulhentas e incômodas?

“ -  Minha nobre Dama, eles estão a advertir que, caso a senhora persista na repetição dos mesmos erros, em sua contumaz teimosia, incluindo a possível convocação de pretéritos monarcas para comandar ministérios, a Casa, em breve, irá, literalmente, ao chão, não restando pedra sobre pedra “.

Daí em diante, fez-se um sepulcral silêncio, depois que os dois viventes palacianos correram em vão atrás dos endiabrados pombinhos.

Não significa perder o senso, muito pelo contrário, e, sim ,  um sinal de sensatez, apurar a audição para decifrar, nesta grave conjuntura , mensagens oriundas de “ estrelas  e de pombos“ !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 13 de março de 2016

GETÚLIO REDIVIVO

“ Há meses, em um natural desejo de fugir a estes nossos terríveis tempos, e estando muito abalado (o que deve ter acontecido a todo bom brasileiro, salvo especialíssimas exceções) com as terríveis contingências que levaram o nosso presidente ao suicídio, e não podendo dormir, resolvi pegar um livro que eu considerava um remédio batatal para a insônia: As Memórias de Saint- Simon . Fatal engano .... Fui exatamente ler a narrativa da agonia e morte de Luís XIV, achando que seria uma coisa ótima para dormir como um bem – aventurado . Pensava que se tratasse de uma sociedade humana em tudo diferente da nossa...
Nada disso, meu pobre leitor, o que aconteceu foi que, os médicos o desenganaram e ele próprio se desenganou, todos os satélites do Rei- Sol o abandonaram e passaram para a casa do que seria o regente do Reino durante a minoridade do futuro Luís XV ....
Pois bem, estava eu lendo como uma coisa sedativa, ou quando muito divertida (Deus me perdoe), a morte de Luís XIV, quando topei com isto: quando o rei se achava agonizante, desenganado, perdido, todo o mundo o abandonou e passou a frequentar a casa do Duque ...
Ora, basta ler os jornais que se seguiram àquela trágica madrugada de 24 de agosto de 1954 e ver-se-á simplesmente o seguinte:
Quando o nosso presidente, já disposto a matar-se, fez um formal pedido de licença, apenas para impedir que seus amigos mais chegados evitassem seu supremo gesto, quando isso aconteceu, noticiaram os jornais cariocas que todos, abandonando- o, se transferiram para a casa do sr. Café Filho. Desde então este ficou sabendo que não era café pequeno..”
Este é um excerto de uma crônica, “ Getúlio “ do poeta gaúcho de Alegrete, Mário Quintana (1906- 1994) publicada em 13 de novembro de 1954 sobre a vida do rei Luís XIV (1638- 1715), chamado de Rei- Sol pela magnificência de sua corte e sobre a gigantesca tragédia que vitimou o também gaúcho de São Borja, Getúlio Vargas (1883- 1954) que “ saiu da vida para entrar na História “ . O poeta Quintana faz o relato nu e cru das “ gordas ratazanas abandonando, às pressas, o navio “ deixando na mão Luís XIV e Getúlio Vargas.
No Brasil hodierno vive-se uma grave crise institucional com as mesmas “ ratazanas “ e “ Pilatos “ mostrando a todos que a roda do mundo gira em constante mudança de Heráclito; o bicho- homem , contudo, continua com as manjadas artimanhas de sempre. Tomara que os deuses tenham complacência dos clamores emitidos pelas milhões de vozes neste atual vale de lágrimas chamado Brasil!

sexta-feira, 11 de março de 2016


A NOVA ROUPA DO REI

Há muito tempo num gigante “ Reino de Bananas “ perdido no meio do mundo, um rei boquirroto, ególatra e etilista, esbanjava riquezas em bens supérfluos com chácaras, apartamentos, vinhos e roupas caras. Um belo dia, dois trapaceiros passando- se por tecelões propuseram ao tolo monarca a confecção de luxuosas indumentárias possuidoras de uma característica ímpar: tornavam – se invisíveis para súditos imbecis, parvos ou incompetentes. Deste modo os dois vigaristas tecelões consumiram noites e dias “ elaborando “ as tais novas roupas do rei. O monarca pagou antecipadamente, com dinheiro de origem obscura, a tal rica encomenda. No dia aprazado, o rei e os ministros compareceram para fazerem a prova das roupas. Despido o monarca, os dois tecelões foram colocando “ as roupas finas “ costuradas cuidadosamente. Nenhum dos presentes queria passar por parvo, embora não vissem, de fato, patavina de roupas. E todos, constrangidos, elogiavam a indumentária nova do rei. E assim foram em cortejo para as ruas até que súbito um garoto gritou, para espanto de todos:

  “ – o rei está nu! “ .

“ – falou a voz da inocência “ bradou o pai do menino.

Apenas os dois malandros tecelões, os fanáticos cegos, seguidores do decrépito monarca teimavam em “ ver “ as novas roupas do rei. Outrossim, um nobre magistrado com nome de santo da Igreja da Idade Média, dignou- se colocar à disposição do monarca uma roupa de verdade, com listras verticais, que caem muito bem no dito monarca em apuros. Senhores, o reino não vai pegar fogo e pode estar aí o princípio da redenção do gigante Reino de Bananas.

Claro está que a descrição acima trata-se de uma fábula de Hans Christian Andersen ( 1805- 1875 ) com o nome de “ A Nova Roupa do Rei “ .

 

 

 

terça-feira, 8 de março de 2016


SÓ HOJE NÃO, SEMPRE

O ar que renova; o mel que adocica; a água que benze e aplaca a sede; o alimento que vivifica; o morno colo que acalenta; a doce mão que embala a alva rede dos sonhos, dia- após –dia; o firme amparo nas muitas quedas; não sou eu, és tu, sempre!

De Mário Benedetti (1920- 2009), poeta, escritor dramaturgo uruguaio, segue a tradução livre do poema “ Vice-Versa “:

“ Tenho medo de te ver

Necessidade de te ver

Esperança de te ver

Pernas bambas de te ver

Tenho vontade de te encontrar

Preocupação de te encontrar

Certeza de te encontrar

Pobres dúvidas de te encontrar

Tenho urgência de te ouvir

Alegria de te ouvir

Boa sorte de te ouvir

E temores de te ouvir

Ou seja

Estou fodido

 E radiante

Talvez mais o primeiro

Do que o segundo

E também

Vice-Versa “

Assim, com uma flor, hoje e sempre! Um fraterno abraço!

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de março de 2016

SOBRE POMBAS, BOMBAS E SAPOS

“ Enfunando os papos / saem da penumbra /aos pulos, os sapos /a luz os deslumbra/ em ronco que aterra/ berra o sapo-boi :/ -“ meu pai foi à guerra! / - “ não foi “- “ foi” – não foi “ /o sapo- tanoeiro / parnasiano aguado/ diz: - “ meu cancioneiro é bem martelado “/vede como primo/ em comer os hiatos ! /que arte! E nunca primo em comer os hiatos! /que arte! E nunca rimo/ os termos cognatos/ meu verso é bom/ frumento sem joio/ faço rimas com / consoantes de apoio/ vai por cinquenta anos/ que lhes dei a norma: /reduzi sem danos/ a fôrmas a forma/clame a saparia/ em críticas céticas:/ - “não há mais poesia / mas há artes poéticas...”/urra o sapo- boi :/ - “ meu pai foi rei “- “ foi” – “ não foi “- “ foi” – “ não foi “/brada em assomo o sapo-tanoeiro :- “ a grande arte é como / lavor de joalheiro /ou bem de estuário/ tudo quanto é belo/ tudo quanto é vário/ canta no martelo” /outros sapo- pipas ( um mal em si cabe )/ falam pelas tripas: - “ sei “ – “ não sabe “ – “ sabe “ /longe desta grita / lá onde mais densa/ a noite infinita/ verte a sombra imensa/ lá, fugido ao mundo , sem glória , sem fé/ no perau profundo/ e solitário, é que soluças tu/transido de frio / sapo cururu/da beira do rio “/

Poema “ Os Sapos” de Manuel Bandeira (1886 – 1968), escrito em 1918 e publicado no ano seguinte. Foi declamado por Ronald de Carvalho durante a Semana de Arte Moderna de 1922.
“ Pra se poder viver/ compra-se o mundo em que se vive /como quem compra um objeto/ secreto, mas visível /compram- se os seus problemas/ sem solução/ quem nasce no mundo, hoje/compra, sem o querer/uma pomba / com um alfinete feérico na cabeça /uma pomba extremamente vizinha  de bomba /uma e outra têm asas/ uma e outra são limpas/ ambas são irmãs pelo som/ um simples equívoco/ de fonemas ou de telefonemas/ entre os dois hemisférios / uma troca de b por p/ e o mundo explodirá/ em nossa mão (p) bomba /
Poema “ Flechas contra o muro “ de Cassiano Ricardo (1895 – 1975).
Ambos os poemas, de Manuel Bandeira e de Cassiano Ricardo, metafóricos e atemporais, o primeiro como uma crítica aos exageros verbais do Parnasianismo e o segundo sobre o perigo da polarização do mundo atômico com seus cogumelos da morte. A alegoria se presta, também, para o delicado momento que vivemos, onde pombas, bombas e sapos, rondam nossas cabeças, ameaçadoras, em desvario , num país dividido, incitado ao ódio por falsos líderes e atolado numa duradoura crise ética , política e social , ao sabor de um mar encapelado pronto para engolir esta frágil nau sem rumo , ao Deus dará . Agora, ou vai ou racha!



sábado, 5 de março de 2016

A VERDADE E A MENTIRA: UMA FÁBULA

Caminhando a esmo em pleno deserto, um homem esbarra numa dama solitária com os olhos postos no chão, e lhe argui: “ – quem é você?
 Ela, de pronto, responde: “ – sou a verdade! “
“ – E por qual motivo você deixou o ruge-ruge da cidade e veio parar aqui neste canto perdido do mundo? ”
“ – É que a mentira em tempos pretéritos era fiel companheira de umas poucas pessoas, mas hoje, ela grudou na maioria das gentes, de forma desavergonhada! “
Deste modo o fabulista e moralista grego Esopo lançava luzes sobre o candente tema da verdade x mentira.
Hoje, Pindorama vive uma gigantesca crise política, econômica, social e ética, onde a mentira espalhou- se como metástases de um doloroso cancro, com a ajuda de sua irmã siamesa, a corrupção, a minar a frágil saúde da democracia local. Que se implore a Zeus para dar um basta neste vergonhoso estado de coisas, nos mostrando a luz no fim do túnel, rápido, enquanto algum larápio não surrupie a tal luz da esperança do povo de Pindorama.
Teixeira de Pascoaes (1877 – 1952), poeta e prosador português guarda na manga uma receita simples e eficaz, in “ A Saudade e o Saudosismo “:
“ O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade. Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se- á boa, sejam quais forem as bases políticas e econômicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam “. Ponto final.