quarta-feira, 29 de agosto de 2018



As Flores Sorriem
"Se às vezes digo que as flores sorriem/e se eu disser que os rios cantam/não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores/e cantos no correr dos rios.../é porque assim faço mais sentir aos homens falsos/a existência verdadeiramente real das flores e dos rios /porque escrevo para eles me lerem sacifico - me às vezes/à sua estupidez de sentidos.../não concordo comigo mas absolvo - me/porque só sou essa coisa séria, um intérprete da Natureza/porque há homens que não percebem a sua linguagem/por ela não ser linguagem nenhuma "
Se às vezes digo que as flores sorriem, poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa ( 1888 - 1935 ).
Foto ilustrativa do texto : 
Scadoxus multiflorus ( flor - de - natal ).
Vida ,este profundo mistério, em vista do qual, somos. Nada existe na superfície terreal , na profundeza dos mares , nem no infinito dos céus, nada que se assemelhe a fantástica grandeza do ser humano.
Aqui , sob o amparo da Mãe Gaia , aprendemos a convivência obrigatória, com tudo que em nossa volta , viceja , desde animais, vegetais ,até os aparente inertes blocos de argila , que um dia nos deram origem. É o nosso destino e obrigação. 
Mesmo assim , o homem não se faz jamais soberano, mas apenas um humilde sopro de vida , um elo a mais nesta imensa teia de seres sencientes ou não, que habitam nosso multiverso. Um homem em relação com Deus , com os outros , com a História, com a natureza e consigo mesmo.

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