quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O CIENTISTA MANOEL DE ABREU



Manoel Dias de Abreu (1892 – 1962) veio ao mundo em São Paulo no dia 04 de janeiro de 1892. Filho do português da província do Minho, Júlio Antunes de Abreu e de Mercedes da Rocha Dias, natural de Sorocaba (SP). Sua infância passou- se entre os vizinhos e irmãos Brasil e Portugal.
Aos 15 anos de idade, Manoel iniciou sua jornada acadêmica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro graduando -se em 23 de dezembro de1913, aos 21 anos, apresentando a seguinte tese: “ Natureza Pobre “, onde traça a íntima relação entre o clima tropical e a civilização, sob provável influência da monumental obra de Euclides da Cunha “ Os Sertões “. Manoel viveu em Lisboa até o ano de 1915 quando seguiu viagem para Paris, tendo permanecido por 08 anos na Cidade das Luzes. Na ocasião mostrou vivo interesse pela novel especialidade médica, a Radiologia, criada pelo cientista alemão Wilhelm Conrad Röentgen (1845 – 1923).

Neste período frequentou várias instituições hospitalares e no Nouvel Hôpital de la Pitié foi encarregado de fotografar peças cirúrgicas, tendo na ocasião desenvolvido um dispositivo para fotografar a mucosa do estômago. Em seguida pôs em prática a densimetria (medida das diferentes densidades do pulmão) e pela vez primeira protagonizou a foto em écran fluorescente do tórax com fins de detectar, a baixo custo, a presença da Peste Branca, a temível Tuberculose Pulmonar.
Em 1921 Manoel de Abreu publicou a densa obra Le Radiodiagnostic dans la Tuberculose Pleuro – pulmonar.
O Brasil no ano 1922 recebe de volta Manoel de Abreu que mais tarde atendendo a um convite do médico e prefeito do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto do Rego Batista (1884 – 1942) assume a chefia do serviço de radiologia do Hospital Jesus. Neste ano constrói o primeiro aparelho para realizar exames radiológicos, instalado no Hospital Alemão do Rio de Janeiro, tendo como princípio a fotografia do écran em tela fluorescente.

Em 1936, Manoel de Abreu apresentou o novo método diagnóstico de imagem na Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro designado de Radiofotografia.
No 1° Congresso Nacional de Tuberculose realizado em 1939 emergiu o termo Abreugrafia para identificar o novo método criado por Manoel de Abreu. Em 1958, Adhemar de Barros, então prefeito de São Paulo instituiu o dia 04 de janeiro, data do nascimento de Manoel de Abreu como o Dia da Abreugrafia.
Manoel de Abreu foi agraciado com várias medalhas e prêmios:
Medalha Cardoso Fontes da Sociedade Brasileira de Tuberculose; medalha de ouro – Médico do Ano -  do American College of Chest Physicians (1950); diploma de Honra ao Mérito Médico da Academyof Tuberculosis Physicians (1950); medalha de ouro do Colégio Inter -Americano do Peru (1958); Cavaleiro da Legião de Honra da França e Grão – Cruz da Ordem do Mérito Médico do Brasil.

 Publicou inúmeros trabalhos científicos e lançou obras de cunho filosófico como “ Não Ser “ (1924); ” Meditações” (1936); “Mensagem Etérea”(1945). No campo da poesia deixou “ Substância“ obra ilustrada pelo pintor Di Cavalcanti; e “ Poemas sem Realidade “, com ilustrações do próprio autor.
Manoel Dias de Abreu figura no panteão de grandes vultos da medicina brasileira ao lado de nomes como: Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Vital Brasil, Miguel Couto e José Rosemberg.
No dia 30 de janeiro de 1962, aos 68 anos, Manoel de Abreu falece na Casa de Saúde São Sebastião, na cidade do Rio de Janeiro, em decorrência de complicações relacionadas com um câncer de pulmão. Foi eleito em 16 de abril de 1964, Patrono da Cadeira de número 84 da Academia Nacional de Medicina.






Nenhum comentário:

Postar um comentário