sexta-feira, 13 de abril de 2018


AI DE TI, FORTALEZA
Para o Dr. Florentino Cardoso


“Inscrito nos muros de Fortaleza adormecida: Nós já nascemos envergando luto e comemos a ração dos próprios ossos”

Poema de Roberto Pontes, denominado Grafito de Fortaleza.

“Nem sabes o quanto te amo, minha Cidade/longe de ti, o alfanje da saudade/desenha no meu peito os verdes mares/o pôr-do-sol na Ponte e os singulares/coqueiros acenando à jangadinha/que torna das jornadas, à tardinha/a tua face tanto quero e amo/que inutilmente reclamo/a dor de tua ausência/minha Cidade, peço-te indulgência! /não me mates de tanto te querer! /em ti, se longe andar, fico a morrer/igual ao elefante em seu mistério/guardando o rumo de seu cemitério/por isso, lembro tuas fortes cores/as tuas dunas e os teus albores/ou as mãos de tuas rendeiras/e labirinteiras/lembro os coqueiros, o vento Aracati/os casquinhos de caranguejo e o frenesi/de tua Beira-Mar/oh, tuas cocadas, teus sucos de caju/ tuas cousas de outrora, teu Rio Pajeú/e esse teu céu vespertino e tutelar! /tudo em ti é canção/cidade de Nossa Senhora de Assunção/nas louras terras alemãs te sinto/tão gritante em mim que não te minto:/melhor fora não ter te conhecido/pois jamais ouvirias meu gemido/sofro por te querer/tens da rosa o poder/e te alças peregrina qual leve bailarina/a dançar com prazer/e assim é que vivo/de teus encantos para sempre cativo”

Poema “Fortaleza relembrada às margens do Reno” de autoria de Artur Eduardo Benevides.

Em meio a comemorações de aniversário de 292 anos de Fortaleza, rogamos aos Céus que sejam devolvidas as luzes à Nossa Bela Desposada do Sol. Necessitamos de um olhar mais firme das autoridades em itens primordiais como, Saúde, Educação, Saneamento, Segurança e Habitação. Esse clima símile a uma guerra civil ora vigente na capital e no interior do estado, precisa de um basta. A velha fórmula de pão e circo ou da avestruz escondendo a cabeça, já está provado à saciedade que não funciona. Que o vento Aracati leve para bem longe os miasmas pestilentos que povoam o sofrido torrão cearense.

Como defende Fernando Pessoa no Livro do Desassossego:

“Assim como lavamos o corpo, deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa”.





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