segunda-feira, 16 de março de 2020

Canção da Chuva



Neste sábado, com o inverno pedindo passagem , curtindo a maior chuva deste ano, no Porto das Dunas , em Aquiraz.

"Eu sou fios de prata pontilhados,
Lançados do céu pelos deuses.
E então, a natureza me leva para adornar Campos e vales.
Eu sou lindas pérolas
Arrancadas da coroa de Ishtar
Pela filha do amanhecer, para embelezar jardins.

Quando eu choro , as colinas riem.
Quando me humilho, as flores se regozijam.
Quando me curvo, todas as coisas são exaltadas.
A voz do trovão declara minha chegada.
O arco- íris anuncia minha partida.
Eu sou como a vida terrena ,
Que começa aos pés dos elementos enlouquecidos
E termina sob as asas abertas da morte.

Eu toco as janelas suavemente
Com meus dedos macios,
E meu anúncio é uma música de boas - vindas.
Todos podem ouvi - la,
Mas só os sensíveis podem entendê -la.
Eu sou o suspiro do mar,
O riso do campo, as lágrimas do céu.
E, com amor...
Suspiros do profundo mar de afeto,
Riso do colorido campo do espírito,
Lágrimas do infinito céu das memórias"

Excertos da " Canção da Chuva" , da autoria de Khalil Gibran (1883 - 1931), poeta libanês- americano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário