segunda-feira, 1 de agosto de 2016

THOMAS SYDENHAM, O HIPÓCRATES INGLÊS

Thomas Sydenham (1624 – 1689) nasceu em 1624 na cidade de Dorset , na Inglaterra , no seio de uma família puritana . Deu início aos seus estudos de medicina em Oxford. Por esta época instalou-se uma guerra civil na Inglaterra e Sydenham serviu como capitão do exército de Cromwell. Em 1665 Thomas casou-se e gerou três filhos. Atuando em Londres, Thomas dedicou sua vida por inteiro aos enfermos e seu trabalho se caracterizou por buscar sempre o contato com o paciente, concentrando-se mais no estudo minucioso dos sintomas do que em teorias médicas. Seu interesse principal se baseou em definir o que eram as enfermidades e, para isto, considerou necessária a observação clínica no curso natural da enfermidade. Postulou o regresso benfazejo ao método de Hipócrates e ao contato com a realidade do doente empregando todos os sentidos.
Conta-se um episódio anedótico em que um aluno pergunta ao nobre “ Hipócrates inglês “ como Thomas era conhecido, que livro deveria ler para ter uma boa instrução em medicina: - “ Leia Dom Quixote de Miguel Cervantes “, foi a resposta, evidenciando um rechaço à literatura médica vigente, e, por outro lado, seu reconhecimento à vida e a seus valores.
Em 1676 Thomas Sydenham publicou o livro “ Observationes medicae . Robert Boyle, o grande fundador da Química Moderna, o filósofo e médico John Locke e Hermann Boerhaave , médico , privaram de estreita amizade com Thomas .
Sydenham lançou em 1683 o seu clássico “ Tratado de Podagra “ que contém uma descrição tão real de um ataque agudo de artrite gotosa que deveria ser lido por todo aquele que estuda medicina. Escreveu, ainda, “ Opera universa “ e “ Processus integri “, este último foi o vade-mécum terapêutico favorito na Inglaterra até o século XIX.
Sydenham preferia, em sua terapêutica, o emprego de plantas sobre os minerais. Sua farmacopeia era simples: Utilizava ferro para a anemia; quina para o combate à malária, febre e dores; antimônio e mercúrio como purgativos; ópio em forma de láudano como sedativo e narcótico.
Tornaram – se clássicos através de sua imaginação:
O láudano de Sydenham : preparação com derivados do ópio . Fez-se famosa sua frase: “ Dos remédios que Deus tem ofertado aos homens para aliviar seus sofrimentos, nenhum é tão universal e eficaz como o ópio “.
A tosse de Sydenham: espasmo histérico dos músculos da respiração.
A Coréia de Sydenham: movimentos involuntários e desordenados, observados em pacientes portadores de febre reumática.
A perspicaz observação de Sydenham à cabeceira dos doentes, livre de verbosidades pomposas, permitiu-lhe deixar descrições clínicas lúcidas moléstias como varíola, pneumonia, escarlatina, doença de São Guido e histeria. Também, classificou as doenças como agudas – causadas por Deus – e crônicas – provocadas pelo próprio homem – (Melo, J.M.S., 1989).
 A fama de Sydenham mais tarde se estendeu para a Europa continental onde se comentava que Hermann Boerhaave (1668 – 1737) nunca mencionava seu nome sem uma reverência com o chapéu, e o chamava de “ aquela brilhante luz da Inglaterra, aquele Apolo da arte “.




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