SOBRE LÍQUIDO AMNIÓTICO: BREVES PALAVRAS

Líquido que serve de aconchego ao feto dentro de uma bolsa no claustro uterino materno. Atua como proteção contra possíveis traumas na gravidez, ajuda na regulação da temperatura corporal, estimula o crescimento de vários sistemas fetais, produz substâncias que erguem barreiras contra infecções e mostra-se como um fiel espelho da saúde do concepto.

É corrente apresentar-se de cor clara, cristalina, longe do termo da gravidez; claro com grumos , tipo água de coco,  prestes ao parto ; esverdeado, chamando a atenção para um possível sofrimento fetal ; e de cor marrom , quase sempre em presença de óbito fetal .

A retirada de líquido amniótico para estudos vários durante a gestação pode detectar quadros de infecção por bactérias ou vírus que ascenderam pela vagina ou via sistêmica pelo sangue intermediado pelo filtro da placenta.

No dia 17 de novembro de 2015 o Ministério da Saúde do Brasil emitiu um comunicado através da Fundação Oswaldo Cruz ( FIOCRUZ ) sobre o achado da presença do vírus Zika (pela Reação de Cadeia da Polimerase ) no líquido amniótico de gestantes que apresentaram ao exame ultrassonográfico fetos portando quadro de microcefalia . Tais mulheres relataram que no início da gestação mostraram sinais clínicos compatíveis com infecção pelo vírus Zika : febre , manchas na pele e dores articulares persistentes . Cumpre salientar que até a presente data nenhum estudo evidenciara a presença do vírus Zika no líquido amniótico materno.

A ciência brasileira cumpre assim seu papel elaborando um raciocínio, buscando uma causa, provando um elo causal com a patologia, tudo isto de forma simples e reprodutível . Em 14 estados brasileiros (Roraima, Pará, Maranhão ,Piauí , Rio Grande do Norte , Paraíba , Pernambuco ,Alagoas , Bahia , Espírito Santo , Rio de Janeiro , Mato Grosso e Paraná ) evidenciou-se a doença  Zika na população .

Importante passo foi dado no sentido de esclarecer sobre o repentino aumento do número de casos de microcefalia em vários estados do Nordeste brasileiro. Parabéns aos pesquisadores do Laboratório FIOCRUZ pela importante descoberta. Como não existe tratamento específico para tal quadro viral , há que se atuar de forma mais efetiva sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti responsável pela transmissão do Zika vírus .