domingo, 22 de novembro de 2015

A LOUCURA E O AMOR, UMA FÁBULA E UMA CANÇÃO

Certa feita, inebriados, trocando mimos, brincavam no jardim, o Amor e a Loucura. Como soe acontecer, de súbito, nasceu uma querela. A Loucura desvairada aplicou violento golpe no Amor provocando-lhe a perda da visão. Vênus, parte como mãe cativa em busca de vingança, convocando todos os deuses para que fosse aplicada uma justa punição à Loucura. Depois de muita discussão o supremo conselho dos deuses resolveu condenar a Loucura a servir eternamente de guia ao Amor.                    “ Fábulas “ de La Fontaine.
Por conta disto ainda que cegos de Amor damos excelsas à vida mesmo seguindo o bastão da Loucura !

“ Graças à vida que me deu tanto
Me deu os olhos que quando abro
Perfeitamente distingo o negro do branco
E no alto céu, seu fundo estrelado
E nas multidões o homem que eu amo
Graças à vida que me deu tanto
Me deu o som e o alfabeto
E com ele as palavras que penso e falo
Mãe, amigo, irmão e luz clareando
O caminho da alma de quem estou amando
Graças à vida que me deu tanto
Me deu o caminhar de meus pés cansados
Com eles andei cidades e charcos
Praias e desertos, montanhas e planaltos
E a sua casa, sua rua, seu pátio
Graças à vida que me deu tanto
Me deu o coração que sente sua marca
Quando olho no fundo do cérebro humano
Quando vejo o bem tão longe do mal
Quando olho no fundo de seus olhos claros
Graças à vida que me deu tanto
Me deu o riso e me deu o pranto
Assim distingo sorte de quebranto
Os dois materiais que formam meu canto

E o canto de vocês é o mesmo canto
E o canto de todos é o meu próprio canto
Graças à vida
Graças à vida
                                   Tradução livre de “ Gracias a la vida “ de Violeta Parra


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