domingo, 18 de fevereiro de 2018

Domingo do pé de cachimbo, no Parque do Cocó, em Fortaleza. Onde há três meses conviviam plantas desvitalizadas e lagoas secas, hoje exubera a vida em cores, por conta do milagre aquoso caído dos céus. Trata-se da impermanência da vida. É Heráclito de Éfeso redivivo : "não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio". Quando retornamos ao rio, as águas e nós, seremos outros.

A cada segundo nossas células nascem e morrem. A natureza segue a mesma ordem.
Como diz o sábio vietnamita Thich Nhat Hanh :

"A minha natureza é envelhecer/não posso evitar o envelhecimento /a minha natureza é adoecer /não posso evitar ficar doente/a minha natureza é morrer/não posso evitar a morte /tudo que é querido por mim e todos os que amo/ têm a natureza da mudança /não posso ser separado deles/minhas ações são minhas únicas posses /não posso escapar às consequências das minhas ações /elas são o solo que me sustenta ".

Vale a pena buscar a utopia :

"Eu quero uma casa no campo /onde eu possa compor muitos rocks rurais /e tenha somente a certeza/dos amigos do peito e nada mais/eu quero uma casa no campo/onde de eu possa ficar do tamanho da paz/e tenha somente a certeza/dos limites do corpo e nada mais/eu quero carneiros e cabras pastando/solenes no meu jardim /eu quero a esperança de óculos /e um filho de cuca legal/eu quero plantar e colher com a mão /a pimenta e o sal/eu quero uma casa no campo/do tamanho ideal, pau a pique e sapé/onde eu possa plantar meus amigos/ meus discos e livros, e nada mais"

Composição : Casa no Campo, de autoria de Tavito/ Zé Rodrix.


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