segunda-feira, 5 de setembro de 2016

                              O MARANHENSE HUMBERTO DE CAMPOS


Humberto de Campos Veras (1886- 1934) nasceu na cidade de Miritiba, hoje Humberto de Campos, no estado do Maranhão, em 25 de outubro de 1886 e faleceu no dia 05 de dezembro de 1934, aos 48 anos, portanto. Seus pais foram Joaquim Gomes de Faria Veras, comerciante, e, Ana de Campos Veras. Teve uma infância pobre e cedo migrou para São Luiz do Maranhão. Daí seguiu para o estado do Pará onde como redator passou a integrar o jornal Folha da Noite e em seguida o Província do Pará. Cedo, em 1910, estreia com um livro de poesia intitulado “Poeira “. Dois anos depois parte para o Rio de Janeiro onde pontua ao lado de feras como Rui Barbosa, José Veríssimo e Vicente de Carvalho, atuando no jornal Imparcial. Em 1920 elege-se deputado federal pelo estado do Maranhão e em 1930 perde o mandato por conta da Revolução de 30. Em 1933 publica seu mais célebre livro: Memórias. Surge depois como obra póstuma “ O Diário Secreto “ que ocasionou um grande escândalo pelo ferino e inconveniente conteúdo do mesmo. Em 1954 a editora W.M. Jackson Inc., lança o livro de Humberto de Campos, “O Brasil Anedótico “ , do qual retiramos as seguintes histórias: 
As Leis:
 D. José da Cunha Azevedo Coutinho, bispo de Pernambuco, faleceu em 1821, foi um dos prelados mais ilustres que o Brasil tem possuído.  Certo dia, falava-se sobre leis.
 – As leis, meu filho... – fez o sacerdote.  E definiu:  - As leis são teias de aranha que servem para apanhar insetos, mas que se deixa romper pela pressão, de qualquer corpo mais pesado!
Não quero:
Exercia Agostinho Petra Bittencourt o cargo de Juiz aposentado no Rio de janeiro, quando, ao dar uma ordem a um dos seus subordinados, este recusou cumpri-la. Indagada a razão, respondeu laconicamente:
 - Porque não quero!
Preso o funcionário pelo juiz, e recolhido à cadeia, foi magistrado surpreendido, no dia seguinte, por uma do Paço, em que um dos maiorais da corte lhe ordenava que soltasse o preso, por não se considerar crime a expressão- “ não quero”!  À leitura da ordem, o juiz Petra, que era desabusado, voltou-se para o portador: Diga ao seu amo que, se não é crime dizer ”Não quero”...
E, furioso:
- Não solto o homem porque” não quero”!
Gente da saia:
Um político fluminense, amigo de Nilo Peçanha, acabava de entrar para a política do Estado, quando um dia, irritado com um magistrado local, resolve ataca-lo, antes disso, foi, porém, comunicar a sua resolução ao chefe do partido.
- Acalme-se, meu amigo, Acalme-se ...
- Aconselhou o ex- presidente da República.
- Nada de precipitações e, se você quer ser mesmo político, não brigue com gente de saia.
E definiu: - Juiz, mulher e padre...
Humberto de Campos foi jornalista, crítico, contista, poeta, memorialista e político. Ocupou a Cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras sucedendo a Emílio de Menezes.

                                                                                                                                                                             




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