sábado, 16 de janeiro de 2016

Noite de Festa das famílias Targino e Hyppólito no Ideal Clube por ocasião do lançamento do livro " Memórias e Outras Histórias - Um Caleidoscópio , de autoria da Querida Prof. Dra. Silvia Bonfim Hyppólito . Familiares , amigos , alunos e autoridades do mundo acadêmico cearense abrilhantaram a primorosa noite . Parabéns a todos !

MEMÓRIAS E OUTRAS HISTÓRIAS- UM CALEIDOSCÓPIO
Boa noite a todos os presentes:
Uma vida bem vivida merece ser contada e cantada em verso e prosa. Nesta noite que esperamos ser de luz e glória para nós todos, dividiremos prazer e relembranças duma rica trajetória tecida amorosamente com os fios da paixão sob as mãos de fada da ilustre humanista e sanadora de almas, Profa. Dra. Silvia Bomfim Hyppólito.
Ora vem a lume este “ Memórias e Outras Histórias – Um Caleidoscópio, um resgate histórico primoroso onde sente- se aflorar os mais puros sentimentos humanos vividos na querida “ bela desposada do sol “ do poeta Paula Ney, com uma Fortaleza menina – moça faceira, inocente, vestida de chita e com os cabelos negros amparados num coque. Assim sonhava a cidade, acarinhada nas noites banhadas em prata ao som plangente de violões apaixonados. Por essa época, o surdo rugido dos canhões da Segunda Guerra Mundial calaram - se para sempre, permitindo o surgimento de uma geração “ baby boomers “ ávida por tudo que representasse amor a vida e aos demais seres sencientes.
O mimoso relato de “ Memórias e Outras Histórias “ põe- se em movimento desenhando na tela branca da memória um frágil fio d’água cristalina nascendo do abençoado húmus do cocuruto do Maciço de Baturité, serpenteando obstáculos naturais, ganhando volume e força, tornando-se o caudaloso Rio Pacoti, que busca seu destino final no Atlântico Oceano ali pelas bandas do Porto das Dunas no município de Eusébio. Cumpre – se, deste modo, o fadário do rio semelhante ao do bicho – homem: “Rio caminho que anda / que vai resmungando talvez uma dor / ah! Quantas pedras levaste / e outras pedras deixaste / sem vida e amor / vens lá do alto da serra / o ventre da terra rasgando sem dó/ eu também venho do amor / com o peito rasgado de dor e tão só / não viste a flor se curvar / teu corpo beijar e ficar lá para trás / tens a mania doente de olhar só para frente / não voltas jamais / rio caminho que anda / o mar te espera, não corras assim / eu sou o mar que espera / alguém que não corre pra mim “.
A Professora Silvia desenha com graça a história de seus queridos pais, Sr. Jorge de Castro Bomfim, nascido no município de Redenção e da Dona Gisela Targino nascida em Aquiraz. A árvore genealógica dos Bonfim e dos Targino segue em detalhes até a distante época das Sesmarias. Do baú da privilegiada memória da autora salta para o palco da vida uma infinidade de nomes que desfilam banhados numa amorosidade que cativa.
Uma infância com direito a um amplo rol de inocentes folguedos como brincar de “ manjô”, “ três, três passarás “, “ chicote – queimado”, “ Macaca, com o céu e o inferno, com uma casca de banana” “ e, ainda mais, jogando charme com a linguagem cifrada dos “ pês “ do “ gaderipoluty “. Éramos sim, eternos e crentes que viveríamos felizes o nosso maravilhoso conto de fadas. Mas gestando a idade adulta a explosão vulcânica da adolescência logo batia à porta num sobressalto. Hora dos primeiros namoricos, onde era pouco apropriado ficar “ fiche – fiche “ com algum garoto cheio de espinhas a falar grosso e fino ao mesmo tempo. Época das memoráveis tertúlias no Maguari, Náutico e Ideal sob a batuta dos conjuntos de Ivanildo, Moreira Filho, Canhoto e Alberto Mota. Isto sem esquecer a presença de estrelas como Ângela Maria (A Sapoti), Orlando Silva (O Cantor das Multidões) e o impagável cubano Bienvenido Granda (O Bigode que Canta).
“ Perfume de gardênia, tem em tua boca / belíssimos raios de luz em teu olhar /teu riso é uma rima/ de alegres notas/ se movem teus cabelos/ qual ondas sobre o mar / teu corpo é uma cópia / de Vênus de Citeres /que invejam as mulheres / quando te veem passar/ e levas em tua alma / a virginal pureza/ por isso é tua beleza / de um místico candor / perfume de gardênia / tem em tua boca /perfume de gardênia / perfume de amor “.
O início da maturidade da Professora Silvia passa pela querida Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará onde gradua-se com méritos e segue uma rica trajetória para o exercício pleno de uma docência pejada de títulos outorgados por entidades nacionais e internacionais.
A Professora Silvia correu com brilhantismo ímpar a “ Europa, França e Bahia “ em busca do saber acadêmico formal que, humanamente, distribuiu com graça, aos seus diletos alunos e seguidores. Sobrou tempo e fortaleza para talhar uma mimosa família com os filhos Karen, Elodie e Archimedes, acrescidos hoje com o genro Prof. Dr. Roberto Pires da Justa Neto , e os netos Beatriz e Ernesto .
No arremate de “ Memórias “ delineia – se uma bela mulher, ciente de sua fortaleza, temperada por uma existência plena de luz e que conseguiu espalhar o Bem por onde passou, plantar o Amor na sua verdadeira essência cristã, colher belos Frutos para perpetuar sua senda terreal e escrever páginas imorredouras no Livro da Vida.
“ Dizem que a mulher é o sexo frágil/ mas que mentira absurda! /eu que faço parte da rotina de uma delas /sei que a força está com elas /vejam com é forte a que eu conheço/ sua sapiência não tem preço/satisfaz meu ego , se fingindo submissa / mas no fundo , me enfeitiça / quando eu chego em casa à noitinha / quero uma mulher só minha/ mas para quem deu luz não tem mais jeito/porque um filho quer seu peito /o outro já reclama a sua mão /e outro quer o amor que ela tiver / quatro homens dependentes e carentes/ da força da mulher /mulher !mulher ! /do barro de que você foi gerada/ me veio a inspiração /pra decantar você nessa canção / mulher ! mulher !/na escola em que você foi ensinada / jamais tirei um dez/ sou forte , mas não chego aos seus pés !/ “
A partir de agora “ Memórias e Outras Histórias – Um caleidoscópio “ tomará parte de um seleto grupo de leituras obrigatórias acerca de relatos de nossa amada terra, como, “ Fortaleza Descalça “ de Otacílio de Azevedo; “ Coisas que o Tempo Levou” de Raimundo Meneses; “ Coração de Menino/ Consulado da China / Liceu do Ceará “ de Gustavo Barroso.
Música, Maestro, por favor e ergamos um supimpa brinde a esta venerável deusa “ Shiva do Agreste Cearense“ assim nomeada pelo nosso querido artista plástico Maurício Cals.
Muito obrigado
Francisco José Costa Eleutério
Da Academia Cearense de Medicina
Da Academia Cearense de Médicos Escritores
Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES)

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