sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

MONSENHOR QUINDERÉ-  “ EMBAIXADOR DA ALEGRIA DA CORDIALIDADE DO CEARÁ “

José Alves Quinderé (1882 – 1960) veio ao mundo no primeiro dia do ano de 1882 na cidade de Maranguape no interior do estado do Ceará. Filho de João Gualberto Quinderé e de Josefina Pinheiro Quinderé. O sobrenome Quinderé tem como origem a inserção no nome de seu avô materno Antônio Alves Pinheiro de Melo acrescentado por ocasião da Confederação do Equador de 1824. O garoto José Alves iniciou suas primeiras letras em Maranguape sob a orientação do educador Manoel Jorge Vieira.
Desde cedo manifestou vocação para a vida sacerdotal. Ingressou no Seminário Episcopal de Fortaleza no ano de 1894 onde ordenou-se em 30 de novembro de 1904 aos 22 anos de idade. Seus estudos foram custeados pela Madre Superiora do Colégio Imaculada Conceição, irmã Gagné . Celebrou sua primeira missa em dezembro de 1904 na capela do dito Colégio. Teve rápida passagem como Coadjutor de Maranguape (1905- 1906) e depois transferiu-se para Fortaleza onde exerceu por duas décadas o cargo de Secretário Geral do Arcebispado. Em 1910 foi nomeado professor de latim no Colégio Liceu do Ceará. Três anos depois fundou com a ajuda dos professores Misael Gomes e Climério Chaves, o Colégio Cearense que posteriormente foi entregue aos Irmãos Maristas. Em 1920 recebeu o título de Cônego e em 1929, o de Monsenhor. Como homem de letras e jornalista integrou os quadros dos jornais “ O Nordestino “ e “ O Povo “. Destacou- se na política partidária sendo por duas ocasiões conduzido a uma Cadeira na assembleia Legislativa do Estado do Ceará.
Publicou as seguintes obras: Ano Litúrgico (1940); Problemas da Vida Eterna (1944); Sinal sensível (1947); A Mais Antiga Constituição (1951 ) ; Vida de D. Joaquim José vieira ( 1947 ) ; Vida de santa Filomena ( 1956 ) e Reminiscências ( 1957 ) .
Carismático, com cativante alegria, amante das boas coisas da vida terrena Monsenhor Quinderé integra ao lado de excelsas figuras como Quintino Cunha e Leonardo Mota um charmoso nicho da intelectualidade de uma Fortaleza bela e faceira do século passado.
A história registra casos onde sobressai o espírito leve, inteligente e jocoso de um filho de Deus que soube curtir seus dias de intenso labor neste vale de lágrimas, mostrando o real valor da alegria como milagroso remédio:
Certa feita, uma jovem em tom de gracejo e indiscreta, alfineta o padre Quinderé : - “ É verdade que o senhor gosta muito de mulher ?”. A resposta veio fulminante: “ – E também de manga, mas sou proibido de comer porque faz mal! “ .
Em outra ocasião, no Rio de Janeiro, uma senhorita postada no parapeito de um alto edifício, como se fosse saltar para o vazio, em tom de blague lança o repto: “ – Padre Quinderé, vamos morrer juntos? “ . E, de chofre, recebe como resposta; “ – Não, vamos viver juntos, que é muito melhor! “ .
Numa viagem de navio onde estava também presente a impagável figura de Quintino Cunha, um gaiato típico do Ceará – Moleque colou um rabo de papel no “ Poeta dos Solimões “ que de soslaio identificou o brincante. Quintino foi seguido no tombadilho por um grupo de moçoilas numa incômoda algazarra, junto com o tal autor da peça.
Quintino estaca e dispara: “ – Cavalheiro, o senhor, que já me deu o rabo, pode me emprestar agora os cascos para eu dar uns coices nesta gente barulhenta? “ . Ponto final!

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