domingo, 20 de dezembro de 2015

UMA TÊMIS ULTRAJADA

Antiga divindade grega filha de Urano (céu) e Geia (terra), portanto, originada do Espírito e da Matéria com uma dualidade divina e humana . Assim era Têmis. Ela representava a justiça, como uma abstração moral personificada. Têmis, no Olimpo , assistia à deliberações dos deuses abrigada junto ao trono de Zeus , a quem ela ajudava com seus conselhos hauridos na prudência e no amor da justiça . Ela deveria proteger os oprimidos e encarnar mais a lei que a justiça.
A fábula reza que Têmis a despeito de querer resguardar sua virgindade foi instigada a desposar Zeus e com ele gerou, segundo Hesíodo : Diké ( a Equidade ) , Eunomia ( a Boa Ordem ) e Eirene ( a Paz ) .
Hoje, num país do futuro incerto situado onde o cão perdeu as esporas , em meio a um lamaçal de dar medo , já bem distante da fabulosa Grécia de antanho , figuras soturnas trajando luto fechado , de sobrenomes estrambóticos e descendentes tortos de Têmis , aventuram-se a arrancar a venda dos olhos da deusa , a quebrar no joelho sua espada e a desequilibrar , matreiramente , com um calço a balança da justiça , tudo de uma só vez . Que afronta infamante, meu Zeus! .
Trocando em miúdos, lavam as mãos como Pilatos , entregando aos Vendilhões do Templo as grandes querelas que afligem o pobre país, fazendo-o perder, uma vez mais ,uma derradeira chance de sair do lodaçal em que se esvai . A insólita atitude de colocar toda a decisão nos ombros de um Senado subserviente, jogado às cordas, apenas esperando o soar do gongo ,atinge o povo por inteiro pelas costas , sem o mínimo direito de defesa .
Eis um triste retrato de Pindorama beirando um incômodo precipício! Só de uma coisa podemos ter certeza, foi ultrapassado o limite de tolerância. Aí fica na casa do sem jeito e a cobra vai fumar. Quem viver, verá!.

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