Mário Quintana Em Dois Toques
E me encontrei , assim , num mundo estranho e louco ...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo !
As únicas coisas eternas são as nuvens "
" Amor, quantos crimes se cometem em teu nome ! "
O mais difícil da arte de escrever é quando temos de redigir as dedicatórias.
" Os poemas são pássaros que chegam
Não se sabe de onde e pousam
No livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
Como de um alçapão.
Eles não têm pousam nem porto
Alimentam - se um instante em cada par de mãos e partem .
E olhas , então, essas tuas mãos vazias ,
No maravilhado espanto de saberes
Que o alimento deles já estava em ti " .
" Se tu me amas , ama - me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim !
Se me queres,
Enfim,
Tem de ser bem devagarinho, Amada ,
Que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."
" Mas se a vida é tão curta como dizes
Por que é que me estás lendo até agora ?
Tudo deu certo , meu velho Heráclito,
Porque eu sempre consigo
Atravessar esse teu outro rio
Com o meu eu eternamente outro ..."
" A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta. "
" Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho ! "
Mario Quintana nasceu em 1906 na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul . Nos anos 30 trabalhou como jornalista e tradutor . Publicou A rua dos cata-ventos ; Sapato florido ; A vaca e o hipogrifo ; Antologia poética.
Faleceu em 1994 , aos 88 anos .
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