terça-feira, 8 de março de 2022

 Viva , Clarice Lispector !

Para Bia Medeiros , e para todas as flores de hoje e sempre !
Clarice Lispector ( 1925 - 1977 ) nasceu em 10 de dezembro de 1925 , em Tchetchelnik , Ucrânia. Chegou ao Brasil com 2 meses de idade fugindo da Revolução Bolchevique de 1917 , com sua mãe , Marian ; seu pai , Pedro , e com 2 irmãs , Elisa e Tânia.
" Sou brasileira naturalizada, quando por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei - a para palavras de amor . Comecei a escrever pequenos contos logo que me alfabetizaram, e escrevi - os em português. "
Clarice , viveu sua infância em Maceió e Recife. Aos 7 anos de idade , já escrevia histórias infantis para um jornal pernambucano. Aos 12 anos , mudou - se para o Rio de Janeiro. Graduou - se em direito em 1944 , quando publicou seu primeiro romance , Perto do coração selvagem.
Casou - se com o diplomata Maury Gurgel Valente , em 1943 , com quem teve 2 filhos . O casal viveu na Itália , Suíça, e , Estados Unidos. Clarice retornou ao Brasil em 1958 , onde
arrebatou diversos prêmios: o Graça Aranha ( 1944 ); Carmen Dolores Barbosa , em 1956 ; Calunga , em 1967 ; Golfinho de Ouro , , em 1969.
Como romancista ,contista , cronista , Clarice destacou- se como uma das mais importantes do século XX. Tratou de questões urbanas , femininas e psicológicas, num meio regionalista e masculino, com sua rica prosa poética . Em 1959 , separa - se do marido , e volta com os filhos ao Rio de Janeiro , até findar os seus dias , em 1977.
Dois acidentes domésticos, em 1966 ( um incêndio provocado por um cigarro ) , e em 1972 ( seu cachorro Ulisses , promove estragos no rosto de Clarice ) que deixaram cicatrizes no corpo e n'alma da sensível dama .
Em 1975, Clarice participa do Congresso de Bruxaria em Bogotá, na Colômbia.
Em 9 de dezembro de 1977 , um dia antes de completar 57 anos , Clarice Lispector, sucumbe a um câncer, no Hospital do INPS , da Lagoa , no Rio de Janeiro.
Em seu epitáfio consta :
" Dar a mão a alguém foi o que sempre esperei da alegria ".
" Uma das coisas que me deixam infeliz é esta de monstro sagrado : os outros me temem à toa, e a gente termina se temendo a si própria. A verdade é que algumas pessoas criaram um mito em torno de mim, o que me atrapalha muito : afasta as pessoas e eu fico sozinha . Mas você sabe que sou de trato muito simples, mesmo que a alma seja complexa . O sucesso quase me faz mal : encarei o sucesso como uma invasão. Mesmo o sucesso quando pequeno, como o que tenho às vezes, perturba meu ouvido interno.
Se eu fosse famosa, teria minha vida particular invadida, e não poderia mais escrever. O autor que tenha medo da popularidade, senão vai ser derrotado pelo triunfo...
Eu sei morrer. Morri desde pequena. E dói, mas a gente finge que não dói.
Estou com muita saudade de Deus.
E agora vou morrer um pouquinho. Estou tão cansada . "
Ponto final.
Pode ser um desenho de uma ou mais pessoas
Myrna Borges

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