quarta-feira, 22 de julho de 2020

Meu Cordial Brasileiro
"Meu cordial brasileiro , um sujeito
Me conta o quanto é contente quente
Sorri de dente de fora , no leito
Sulamericanamente.
O senhor não me perdoa
Eu não estar numa boa
E perder sempre a esportiva,
Frente a esta gente indecente,
Que come, dorme e consente:
Que cala , logo está viva.
Também estou vivo , eu sei,
Mas porque posso sangrar;
... e mesmo vendo que escuro,
Dizer que o sol vai brilhar
Com/contra quem me dá duro
Com o dedo na cara,
Me mandando calar.
Menina,
Ainda tenho um cigarro , mas eu posso lhe dar.
Menina,
A grama está sempre verde, mas eu quero pisar.
Menina,
A Estrela do Norte nem saiu do lugar.
Menina ,
Asa Branca, assum preto, sertão não virou mar.
Menina,
O show já começou, é bom não se atrasar.
Menina,
É proibida a entrada, mas eu quero falar
Com/contra quem me dá duro
Com o dedo na cara,
Me mandando calar.
Que o pecado nativo
É simplesmente estar vivo
É querer respirar"
Composição musical "Meu Cordial Brasileiro " , da autoria de Belchior / Toquinho, que integra o álbum "Era uma vez um homem e seu tempo" do ano de 1979.
Lembrando " o cordial brasileiro" , que age com o coração em vez da razão, termo criado no livro " Raízes do Brasil " da lavra de Sérgio Buarque de Holanda, de 1936.
O patrimonialismo , hoje vigente em certas castas, onde se torna privado aquilo que é público, desnuda o fenômeno da " carteirada ", onde apropria - se do diploma , do trabuco e do dinheiro para obter liberdade de obrigações.
O tempora! O mores!

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