sexta-feira, 26 de outubro de 2018



Poesia brotando do asfalto
Para minha filha Ana Lis

Agora cedo, um homem simples , num semáforo, me oferece um mimo : um gafanhoto talhado numa folha natural de uma planta. Delicadeza e maestria de um anônimo caminhante. É a mão estendida de Deus nos cruzamentos da vida .
"Numa folha qualquer /eu desenho um sol amarelo/e com cinco ou seis retas/é fácil fazer um castelo.../corro o lápis em torno/da mão e me dou uma luva/com dois riscos/tenho um guarda - chuva.../se um pinguinho de tinta/cai num pedacinho/azul do papel/num instante / imagino/uma linfa gaivota/a voar no céu.../vai voando/contornando a imensa /curva Norte e Sul/vou com ela/viajando Havaí/Pequim ou Istambul/pinto um barco a vela/branco navegando/é tanto céu e mar/num beijo azul/entre as nuvens/vem surgindo um lindo/avião rosa e grená/tudo em volta colorindo/com suas luzes a piscar/basta imaginar e ele está /partindo, sereno e lindo/se a gente quiser/ele vai pousar/numa folha qualquer/eu desenho um navio/de partida/com alguns bons amigos/bebendo de bem com a vida ..."
Canção Aquarela de autoria de Toquinho e Vinícius de Moraes.

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