terça-feira, 20 de março de 2018


LIBERDADE/ANARQUIA X MALUCO BELEZA

Para Andrei e Viviane: Ex Abundantia Cordis!



“Ansiamos por um mundo baseado em quatro liberdades humanas essenciais. A primeira é a liberdade de pensamento e expressão – em qualquer lugar do mundo. A segunda é a liberdade de cada pessoa venerar Deus de sua própria maneira – em qualquer lugar do mundo. A terceira é estar livre do desejo... em qualquer lugar do mundo. A quarta é estar livre do medo... em qualquer lugar do mundo.”

Mensagem do presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1882 -1945) enviada ao Congresso Americano em 6 de janeiro de 1941, com o nome de “As quatro Liberdades”.

“Ser governado é ser vigiado, inspecionado, espionado, dirigido, guiado por leis, numerado, regulado, registrado, doutrinado, receber um sermão, controlado, verificado, estimado, avaliado, censurado, comandado por criaturas que não têm o direito nem a sabedoria nem a virtude de fazer isso... é ser...registrado, contado, taxado, carimbado, medido, numerado, determinado, licenciado, autorizado, admoestado, impedido, proibido, reformado, corrigido, punido. É, sob o pretexto do interesse público... ser colocado sob contribuição, ser treinado, enganado, explorado, monopolizado, extorquido, apertado, trapaceado, roubado; aí, ao menor sinal de resistência, à primeira palavra de reclamação, ser reprimido, multado, vilificado, assediado, caçado, abusado, espancado, desarmado, amarrado, sufocado, aprisionado, julgado, condenado, ferido, deportado, sacrificado, vendido, traído e, para coroar isso tudo, zombado, ridicularizado, desprezado, ultrajado, desonrado. Isso é o governo; essa é a justiça; essa é a moral”.

Pierre Joseph Proudhon (1809- 1865), teórico socialista francês, anarquista, autor do texto acima, para quem a violência grave e o caos social não são provocados por indivíduos ou pequenos grupos de indivíduos, mas pelo próprio Estado. Ele defendia que “A propriedade é um roubo. Queremos a propriedade para todo mundo”

Raul Seixas (1944 –1989), o baiano maluco beleza, participou de um programa infantil televisivo no dia 3 de junho de 1983 apresentando a música “Carimbador Maluco”, com clara alusão ao texto do anarquista Proudhon, acima descrito. Coisas de Raul Seixas, a arengar com os donos do poder à época.

Liberdade (Roosevelt) e Anarquia (Proudhon): são antípodas.  No meio, Raul Seixas, representa o escracho maneiro:
“5...4...3...2/ parem! Esperem aí/onde é que vocês pensam que vão?/ han, han/ Plunct Plact Zum/não vai a lugar nenhum!!/tem que ser selado, registrado, carimbado/avaliado, rotulado, se quiser voar/pra lua : a taxa é alta/pro sol: identidade/mas pro seu foguete viajar pelo universo/ é preciso meu carimbo dando sim/sim, sim, sim/o seu Plunct Plact Zum/não vai a lugar nenhum/mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês/aventura como essa eu nunca experimentei/o que queria mesmo era ir com vocês/mas já que não posso/ boa viagem, até outra vez/ agora o Plunct Plact Zum/pode partir sem problema algum/boa viagem, meninos, boa viagem”

Plunct Plact Zum seria uma onomatopeia do barulho do carimbo comumente utilizado à época do rigor burocrático. Ponto para o maluco beleza!




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