2025 - O Primeiro Sopro de Vida
Assim segue a criança recém-nascida para embalar o sonho da humanidade .
No céu escancarada , a se mostrar aos homens
Ó astro fluorescente, as espiar as mazelas
Surgidas cá em baixo ao toque das espumas
Mulher, ó dulçorosa , o mar te espelha tímida-
Mente , corça da noite , ó tu lua fremente,
Que navega ao léu, sem bússola nem norte,
Lua branca, vergel , perdida nas alturas .
Continente de gelo , o sangue tu derramas
De virgens sem fanal, ao jeito das marés
Que sacodem o meu barco , a dois passos da terra .
Não te deténs , ó lua, e indiferente estás
Á brisa que se espalha , terna como carícia
Ou aos ventos tão febris , que acordam as madrugadas . "
" Soneto á Lua " , da autoria do poeta Antônio Girão Barroso ( 1914 - 1990 ) , do Movimento Modernista do Ceará.
" No tic - tac do tempo
O mundo passa.
Presa entre cordas
E correntes ,
A mente se cala .
E a vida passa.
Sofrendo e morrendo
Entre canhões e balas
O sangue se coalha.
E o tempo vai .
Correndo com fome
Entre muros altos e duros
O homem se perde .
Mas a vida passa ."
" Relógio " , poema de Rogaciano Leite Filho ( 1954 - 1992 ) , do Movimento Modernista do Ceará.
Foto que ilustra o texto : Avenida Beira-mar, na passagem do Ano Novo, em Fortaleza 2025 .