No limiar de 1915 na
velha Europa, os raios riscando os céus reportavam o fogo do cruel
embate entre irmãos na Primeira Grande Guerra Mundial. Aqui abaixo do equador, onde não existe pecado, na pequenina
Mossoró, cidade do sol, sal e petróleo, no vizinho Estado do Rio Grande do Norte, no dia 15 de
janeiro de 1915, dava bom-dia ao mundo
mais um menino José. Seu pai, também José(José Eleutério) e sua
mãe, Maria (Maria Ferreira) cedo migraram rumo a Fortaleza, sem dúvida,
desacompanhados dos Reis Magos, posto que, já se passara a saudosa festança (06 de janeiro): -“Oh! Deus salve a casa–santa, aonde Deus fez a morada. Onde mora o cálix
bento e a hóstia consagrada“.
José e Maria encontraram um ninho sob a proteção divina bem junto à Igreja de Nazaré, no bairro de Montese. Fincaram os alicerces da família e do comércio (mercearia e vacaria) naquele recanto e seguiram com a vida adiante. O menino José Eleutério Filho foi buscar conhecimento formal no Colégio Cearense dos Irmãos Maristas. Mais a frente, José, inquieto, misturou as bolas e caiu nos braços da Maçonaria. Na Rua Conde D’Eu, colado à Catedral Metropolitana de Fortaleza, José ergueu um cubículo de madeira no meio da rua, diminutíssimo, que ele chamou de Posto e lá fora colocou duas bombas de combustível. Dali tirou, às custas de muito suor e lágrimas, o básico sustento de sua esposa/anjo Jurema e de seus cinco filhos: Rita, Diana, Stela, Neto e Francisco.
Quando a cidade cresceu, engoliu o posto de combustível e levou a tira-colo o nosso pobre pai. Que pena! Uma cidade não tem sentimentos como o bicho- homem! A partir de então, nosso pai morreu muitas mortes até a última, segurando minha mão num leito do Hospital Geral de Fortaleza.
José e Maria encontraram um ninho sob a proteção divina bem junto à Igreja de Nazaré, no bairro de Montese. Fincaram os alicerces da família e do comércio (mercearia e vacaria) naquele recanto e seguiram com a vida adiante. O menino José Eleutério Filho foi buscar conhecimento formal no Colégio Cearense dos Irmãos Maristas. Mais a frente, José, inquieto, misturou as bolas e caiu nos braços da Maçonaria. Na Rua Conde D’Eu, colado à Catedral Metropolitana de Fortaleza, José ergueu um cubículo de madeira no meio da rua, diminutíssimo, que ele chamou de Posto e lá fora colocou duas bombas de combustível. Dali tirou, às custas de muito suor e lágrimas, o básico sustento de sua esposa/anjo Jurema e de seus cinco filhos: Rita, Diana, Stela, Neto e Francisco.
Quando a cidade cresceu, engoliu o posto de combustível e levou a tira-colo o nosso pobre pai. Que pena! Uma cidade não tem sentimentos como o bicho- homem! A partir de então, nosso pai morreu muitas mortes até a última, segurando minha mão num leito do Hospital Geral de Fortaleza.
José Eleutério Filho,
nosso querido pai: poderia ter corrido a Europa, França e Bahia; não foi .
Poderia ter expandido seu minúsculo comércio; não o fez. Poderia ter esbanjado riqueza; não o quis.
O que quis e fez,com
apurado capricho, foi confeccionar com as próprias mãos, de uma
alvura impar, amparado pelo anjo Jurema, um ninho sólido, imune a tempestades, onde seus filhos cresceram, criaram
asas e tomaram um rumo certo neste
mundão de meu Deus. Queridos José e
Jurema seus projetos tinham que vingar e vingaram por obra e graça de vocês. Valeram a pena tantos sacrifícios, queridos velhos? Nem tenham dúvidas!
E o que restou de
tudo? E, agora, José Eleutério
Filho? Seus filhos ,humildes, no outono da vida,de braços dados, vivendo
uma nova infância, unidos, como sempre foram, dando glória ao Senhor, por
tudo que a vida nos ofertou. Depois
que vocês se encantaram plantou-se uma enorme saudade entre nós, um completo desamparo, amados pais.
Nada não, é
por pouco! Podem preparar um novo
ninho, aureolado de algodão, aí na Mansão dos Bons e
dos Justos, pois ainda precisamos nós
de seus regaços e de suas benfazejas
companhias. José Eleutério Filho,
querido e amado velho, parabéns pelo seu centenário de nascimento, e mande daí sua reconfortante benção!
Um até breve, pai!
Um até breve, pai!
Parabéns pela beleza do artigo.
ResponderExcluirGrato pelo comentário .
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