quinta-feira, 14 de setembro de 2017

XADREZ X XADREZ EM PINDORAMA



No pedregoso e irregular chão da existência humana, cinco elementos simbolizam as formas benfazejas das habilidades clássicas: a cítara, o livro, a pintura, a espada e o xadrez.
A cítara que emite o doce lenitivo da música, expressando a excelsa elevação do espírito humano.
O livro que traduz a riqueza do saber mundano e acadêmico numa verdadeira linguagem universal.
A pintura que expressa a beleza e a sensibilidade do gênio artístico, jorrando entre pinceis e cores.
A espada que imprime a marca da defesa e o poder da lâmina aplacando de forma cruenta, o mal pela raiz.
O xadrez que simboliza o cultivo da perspicácia, da inteligência, na arte da estratégia, amplamente empregada em tempos de guerra ou de paz.
Em Pindorama, nos tormentosos dias de hoje, que modorrentos se arrastam, quando deveriam passar à jato, o xadrez que vigora, infelizmente, tem outro sentido, mostrando o cárcere, a masmorra, empregado para conter o malfadado crime que medra, como metástases de um medonho cancro, nas esferas Executiva, Legislativa e Judiciária, no triste torrão verde-amarelo.
Já ecoam nos nossos ouvidos os estertores de uma nação em agonia, misturados com o rufar agourento dos tambores da Batalha do Armagedom. Tardiamente, o bicho-homem irá entender que de nada servem os falaciosos “postulados de Gerson, Loures e Geddel”, frente à cristalina verdade de que “Deus mira as mãos limpas, não as cheias”.

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