"Homem livre, o oceano é um espelho fulgente /que tu sempre hás-de-amar. No seu dorso agitado,/como em puro cristal, contemplas, retratado, /teu íntimo sentir, teu coração ardente. / gostas de te banhar na tua própria imagem./dás-lhe beijo até, e, às vezes, teus gemidos/nem sentes, ao escutar os gritos doloridos, /as queixas que ele diz em mística linguagem. /vós sois, ambos os dois, discretos tenebrosos; /homem, ninguém sondou teus negros paroxismos, /ó mar, ninguém conhece teus fundos abismos;/os segredos guardais, avaros, receosos! /e há séculos mil, séculos inumeráveis, /que os dois vos combateis numa luta selvagem, /de tal modo gostas numa luta selvagem, /eternos lutadores , ó irmãos implacáveis !
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