"Os adultos fazem negócios. /têm rublos nos bolsos. /quer amor? Pois não! /ei-lo por cem rublos!/e eu, sem casa e sem teto, /com as mãos metidos nos bolsos rasgados, /vagava assombrado. /à noite /vestis os melhores trajes /e ides descansar sobre viúvas ou casadas./a mim/Moscou me sufocava de Abraços /com seus infinitos anéis de praças /nos corações, nos relógios /bate o pêndulo dos amantes./como se exaltam as duplas no leito do amor!/eu, que sou a Praça da Paixão. /surpreendo o pulsar selvagem/do coração das capitais/desabotoado, o coração quase de fora, /abria - me o sol e aos jatos d'agua. /entrai com vossas paixões! /galgai-me com vossos amores!/doravante não sou mais dono de meu coração! /nos demais -eu sei,/qualquer um o sabe-/o coração tem domicílio no peito/comigo a anatomia ficou louca./sou todo coração -entrai um todas as partes palpita./oh! Quantas são as primaveras / em vinte anos acesas nesta fornalha!/ uma tal carga acumulada/torna - se simplesmente insuportável. /insuportável não para o verso deveras."/
Poema "Adultos de Vladimir Maiakovski (1893-1930).
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