CHIKUNGUNYA NO CEARÁ EM 2017
A Chikungunya (CHIKV) constitui uma virose causada por um
vírus RNA da família Togaviridae, gênero Alfavirus transmitida pela picada dos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos vetores que transmitem a
dengue. O nome Chikungunya origina-se de uma palavra do idioma Makondo falado
na Tanzânia que significa “ aquele que se encurva “, descrevendo a aparência
das pessoas que padecem da doença por conta de dores articulares lancinantes.
Diferente do vírus da dengue que tem quatro subtipos, o vírus da Chikungunya é
único, daí uma vez adquirida, a doença gera imunidade permanente.
A Chikungunya pode se apresentar uma doença aguda, subaguda ou
crônica e caracteriza-se por: febre alta de início súbito, contínua ou
intermitente; dores articulares severas e incapacitantes (bilaterais e
simétricas); cefaleia; mialgia; vômito; conjuntivite; eritema maculopapular incluindo
tronco e extremidades, podendo incluir palmas das mãos e planta dos pés.
Manifestações atípicas da doença são: convulsões; síndrome
de Guillain- Barré; neuropatia; neurite óptica; uveíte; miocardite;
insuficiência cardíaca; insuficiência renal aguda; hepatite; hemorragia;
pneumonia.
O Ceará, situado no Nordeste brasileiro é o Estado com maior
índice de Chikungunya no Brasil. Até meados de março de 2017 a Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará (SESA) registrou 4833 casos prováveis da doença.
Lideram a lista os municípios de Fortaleza, Caucaia e Baturité. Durante todo o ano de 2016 contabilizou-se
apenas 912 casos de Chikungunya no Ceará.
Na gravidez há que se fazer uma avaliação clínica para
descartar qualquer patologia que esteja relacionada a febre x gravidez: dengue,
Zika, influenza e infecção urinária, dentre outras. Realizar exames
hematológicos completos, incluindo sorologias para viroses (IgG e IgM); exame
sumário de urina e cultura com antibiograma; avaliação da saúde fetal com
ultrassonografia e cardiotocografia.
Sintomas de alarme da doença: febre elevada, persistente
(mais que cinco dias); dor abdominal aguda; vômitos incoercíveis; hemorragia
subcutânea ou de mucosas; mudanças no estado de consciência; extremidades frias
e redução significativa da produção de urina.
Não há evidência epidemiológica de que a Chikungunya na
gravidez promova incremento de abortamento ou de malformações. Existem relatos
ocasionais de morte fetal no último trimestre da gravidez. A doença
desencadeada por ocasião do parto acarreta a possibilidade de transmissão
vertical em elevado percentual para o concepto. A realização de cesárea, de
modo geral não influi na melhora da sobrevida fetal. A doença do recém-nascido
aparece por volta de quatro dias de vida com febre, eritema difuso e edema dos
membros. Casos graves podem cursar com encefalite, hemorragia e disfunção de
múltiplos órgãos do recém-nascido.
O uso sistemático de repelentes pela gestante faz-se necessário
como medida preventiva, além da utilização de blusas de mangas compridas. O
Governo do Estado tem utilizado o “ fumacê “ em bairros de Fortaleza com
grandes concentrações do mosquito como Mondubim e Joaquim Távora. Tal prática
com veneno atua sobre as formas adultas do Aedes.
O tratamento da
Chikungunya é fundamentalmente sintomático. Recomenda-se uma hidratação oral
rigorosa e prescreve-se Paracetamol para dores e febre. A Loratadina pode ser
utilizada como antialérgico.
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