AI DE TI, FORTALEZA
Para o Dr. Florentino Cardoso
“Inscrito
nos muros de Fortaleza adormecida: Nós já nascemos envergando luto e comemos a
ração dos próprios ossos”
Poema de Roberto Pontes, denominado Grafito de
Fortaleza.
“Nem sabes o
quanto te amo, minha Cidade/longe de ti, o alfanje da saudade/desenha no meu
peito os verdes mares/o pôr-do-sol na Ponte e os singulares/coqueiros acenando
à jangadinha/que torna das jornadas, à tardinha/a tua face tanto quero e
amo/que inutilmente reclamo/a dor de tua ausência/minha Cidade, peço-te
indulgência! /não me mates de tanto te querer! /em ti, se longe andar, fico a
morrer/igual ao elefante em seu mistério/guardando o rumo de seu cemitério/por
isso, lembro tuas fortes cores/as tuas dunas e os teus albores/ou as mãos de
tuas rendeiras/e labirinteiras/lembro os coqueiros, o vento Aracati/os
casquinhos de caranguejo e o frenesi/de tua Beira-Mar/oh, tuas cocadas, teus
sucos de caju/ tuas cousas de outrora, teu Rio Pajeú/e esse teu céu vespertino
e tutelar! /tudo em ti é canção/cidade de Nossa Senhora de Assunção/nas louras
terras alemãs te sinto/tão gritante em mim que não te minto:/melhor fora não
ter te conhecido/pois jamais ouvirias meu gemido/sofro por te querer/tens da
rosa o poder/e te alças peregrina qual leve bailarina/a dançar com prazer/e
assim é que vivo/de teus encantos para sempre cativo”
Poema “Fortaleza relembrada às margens do
Reno” de autoria de Artur Eduardo Benevides.
Em meio a
comemorações de aniversário de 292 anos de Fortaleza, rogamos aos Céus que sejam
devolvidas as luzes à Nossa Bela Desposada do Sol. Necessitamos de um olhar
mais firme das autoridades em itens primordiais como, Saúde, Educação,
Saneamento, Segurança e Habitação. Esse clima símile a uma guerra civil ora vigente
na capital e no interior do estado, precisa de um basta. A velha fórmula de pão
e circo ou da avestruz escondendo a cabeça, já está provado à saciedade que não
funciona. Que o vento Aracati leve para bem longe os miasmas pestilentos que
povoam o sofrido torrão cearense.
Como defende
Fernando Pessoa no Livro do Desassossego:
“Assim como
lavamos o corpo, deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de
roupa”.
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