UMA NUVEM PASSAGEIRA
Caminhando em busca de meu sustento, suado e bendito, cruzo
com um pequeno exército de irmãos da natureza, filhos do Senhor, serpenteando o
chão com o seu farnel de restos de folhas às costas. Paro com cuidado visando
não atrapalhar aquelas formigas em sua faina diária.
A toda hora esbarro
com o milagre da vida e com o intrigante mistério da breve passagem do tempo.
Nunca tive o desprazer de assistir o sol derramar áureas lágrimas no cair da
tarde mergulhando majestoso no oceano a beijar Netuno; nem a lua se desfazer em
lágrimas de prata quando o rei-sol em sua esplêndida carruagem, garboso acende
tochas de fogo na terra.
“ Eu sou nuvem passageira/que com o vento se vai/eu sou como
um cristal bonito /que se quebra quando cai/não adianta escrever meu nome numa
pedra/pois essa pedra em pó vai se transformar/você não vê que a vida corre
contra o tempo/sou um castelo de areia na beira do mar /a lua cheia me convida
para um longo beijo/mas o relógio te cobra o dia de amanhã/estou sozinho ,
perdido e louco no meu leito/e a namorada analisada por sobre o divã/por isso agora o que eu quero é
dançar na chuva/não quero nem saber de me fazer, vou me matar/eu vou deixar um
dia a vida e a minha energia/sou um castelo de areia na beira do mar “ Nuvem Passageira de
autoria de Hermes Aquino .
Uma nuvem passageira, um piscar d’olhos, uma breve noite de sonho, o que
importa é viver com o que temos às mãos no dia de hoje, o “ carpe diem “, pois
no futuro, num momento qualquer a lua irá nos procurar e será uma busca em vão.
“ Oh! Tristeza me desculpe /estou de malas prontas/hoje a
poesia veio ao meu encontro/já raiou o dia /vamos viajar/vamos indo de
carona/na garupa leve/ do vento macio/que vem caminhando/desde muito longe/lá
do fim do mar/vamos visitar a estrela da manhã raiada/que pensei perdida pela
madrugada/mas que vai escondida/querendo brincar/senta nesta nuvem clara/minha
poesia/anda se prepara/traz uma cantiga/vamos espalhando música no ar/olha
quantas aves brancas/minha poesia/dançam nossa valsa/pelo céu que o dia/faz
todo bordado/de raio de sol/oh! Poesia me ajude/vou colher avencas/lírios ,
rosas, dálias/pelos campos verdes/que você batiza/de jardins do céu/mas pode
ficar tranquila/minha poesia/pois nós voltaremos/num clarão de lua/quando serenar/ou
talvez quem sabe/no cavalo baio/ no alazão da noite/cujo o nome é raio/raio de
luar” Viagem de autoria de Paulo César Pinheiro e João de
Aquino.
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