A VERDADE E A MENTIRA: UMA FÁBULA
Caminhando a esmo em pleno deserto, um homem esbarra numa dama solitária com os olhos postos no chão, e lhe argui: “ – quem é você?
Ela, de pronto, responde: “ – sou a verdade! “
“ – E por qual motivo você deixou o ruge-ruge da cidade e veio parar aqui neste canto perdido do mundo? ”
“ – É que a mentira em tempos pretéritos era fiel companheira de umas poucas pessoas, mas hoje, ela grudou na maioria das gentes, de forma desavergonhada! “
Deste modo o fabulista e moralista grego Esopo lançava luzes sobre o candente tema da verdade x mentira.
Hoje, Pindorama vive uma gigantesca crise política, econômica, social e ética, onde a mentira espalhou- se como metástases de um doloroso cancro, com a ajuda de sua irmã siamesa, a corrupção, a minar a frágil saúde da democracia local. Que se implore a Zeus para dar um basta neste vergonhoso estado de coisas, nos mostrando a luz no fim do túnel, rápido, enquanto algum larápio não surrupie a tal luz da esperança do povo de Pindorama.
Teixeira de Pascoaes (1877 – 1952), poeta e prosador português guarda na manga uma receita simples e eficaz, in “ A Saudade e o Saudosismo “:
“ O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade. Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se- á boa, sejam quais forem as bases políticas e econômicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam “. Ponto final.
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