segunda-feira, 14 de março de 2016


CONVERSA COM POMBOS: DECERTO PERDESTE O SENSO

Um permanente e ameaçador céu carregado de nuvens negras paira sobre Pindorama com a implicante e resistente Dama de Ferro, convocando, uma vez mais, seu enigmático e camaleônico Vice para um breve passeio em volta do bucólico Palácio do Entardecer. Ela piamente crê que a tal sorumbática figura, avara em palavras, mergulhada sempre num agourento silêncio, possui o dom de conversar com os pássaros, como um pós-moderno São Francisco nascido em pleno Tietê, São Paulo.

Logo no início da caminhada um belo casal de pombinhos gorjeia, ali perto, com penas cinzentas arrepiadas, caudas dispostas em leque e rodopiando feito uns dervixes em transe.

A Dama de Ferro, de pronto, emite a ordem para a tradução fiel da linguagem columbídea:

“ - O que dizem tais criaturas barulhentas e incômodas?

“ -  Minha nobre Dama, eles estão a advertir que, caso a senhora persista na repetição dos mesmos erros, em sua contumaz teimosia, incluindo a possível convocação de pretéritos monarcas para comandar ministérios, a Casa, em breve, irá, literalmente, ao chão, não restando pedra sobre pedra “.

Daí em diante, fez-se um sepulcral silêncio, depois que os dois viventes palacianos correram em vão atrás dos endiabrados pombinhos.

Não significa perder o senso, muito pelo contrário, e, sim ,  um sinal de sensatez, apurar a audição para decifrar, nesta grave conjuntura , mensagens oriundas de “ estrelas  e de pombos“ !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário