segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

TEMPO, TEMPO, TEMPO






A passos lentos o ano de 2017 se arrasta rumo ao ocaso. Tempo de parar para uma breve reflexão:

“Consumimos o melhor tempo da vida a apalpar o terreno, reunir dados, instalar sondas, armar os aparelhos, ajuntar material. Tudo para começarmos a viver. Quando se aproxima o dia da prova- que dia? que prova? – nossas armas estão caducas, o celeiro apodrecido. Vem-nos então a revolta contra as extorsões do tempo; depois, a desconfiança de que fomos logrados.

E não nos conformamos em reconhecer que na longa prorrogação com que disfarçamos o nosso medo de viver estava a própria realização de nossa vida.

Viver é o mesmo que preparar-se para viver. Se a vida tal como está não vale a pena; se pode ser mudada e já não esconde a sua necessidade de ser outra – que o seu canto, poeta, lançado ao mundo, sirva de fermento a preparar-lhe a transformação e nunca de cimento a consolidar- lhe os erros...

Os que não acumulam

E são os mais ricos

Os que ignoram o espelho

E são os mais belos

Os que não choram e são tristes

Os que não dançam e são alegres

Os que são fortes e nem se lembram

Os que mais parecem irmãos

Das águas, bichos, árvores e pedras...  (Aníbal M. Machado – 1894- 1964- , professor, ensaísta e contista mineiro)

Se achegue, 2018, me dê o seu ombro e vamos passear quando raiar a madrugada !




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