TEMPO, TEMPO, TEMPO
A passos
lentos o ano de 2017 se arrasta rumo ao ocaso. Tempo de parar para uma breve
reflexão:
“Consumimos
o melhor tempo da vida a apalpar o terreno, reunir dados, instalar sondas,
armar os aparelhos, ajuntar material. Tudo para começarmos a viver. Quando se
aproxima o dia da prova- que dia? que prova? – nossas armas estão caducas, o
celeiro apodrecido. Vem-nos então a revolta contra as extorsões do tempo;
depois, a desconfiança de que fomos logrados.
E não nos
conformamos em reconhecer que na longa prorrogação com que disfarçamos o nosso
medo de viver estava a própria realização de nossa vida.
Viver é o
mesmo que preparar-se para viver. Se a vida tal como está não vale a pena; se
pode ser mudada e já não esconde a sua necessidade de ser outra – que o seu
canto, poeta, lançado ao mundo, sirva de fermento a preparar-lhe a
transformação e nunca de cimento a consolidar- lhe os erros...
Os que não
acumulam
E são os
mais ricos
Os que
ignoram o espelho
E são os
mais belos
Os que não
choram e são tristes
Os que não
dançam e são alegres
Os que são
fortes e nem se lembram
Os que mais
parecem irmãos
Das águas,
bichos, árvores e pedras... (Aníbal M.
Machado – 1894- 1964- , professor, ensaísta e contista mineiro)
Se achegue,
2018, me dê o seu ombro e vamos passear quando raiar a madrugada !
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