quinta-feira, 2 de novembro de 2017

UMA HISTÓRIA DE OBSCURANTISMO




Numa instável República de Bananas perdida nos confins da parte pobre da América, um “porco do mato”, digno representante do obscurantismo, da ignorância, da luxúria e do atraso, exibiu-se sem graça, abobalhado, dançando e cantando, chafurdando na lama, diante das câmeras televisivas. No circo mambembe pátrio, o tal porco se apresenta como “Testa de Ferro” (1) de um “Santo do Pau Oco” (2).

Quem irá “Pagar o Pato” (3), certamente será o sofrido e famélico povo ordeiro dessa República de Bananas. O “Bode Expiatório” (4), o povo, uma vez mais, caiu mansamente, no “Conto do Vigário” (5). As vossas senhorias, que mamam nas tetas do regime em cruel agonia, deram sustentação para o prosseguimento do regime de corrupção que hoje medra entre nós. Todos que optaram pelo caminho do mal seguirão, em breve tempo, espera-se, para o “Quinto dos Infernos” (6).

Resta uma esperança para 2018, quando o povo contará com uma poderosa arma, o voto democrático, para destruir a atual vara de porcos instalada no governo dessa República de Bananas.

(1)   Testa de Ferro: é o indivíduo que aparece ostensivamente como responsável por um negócio ou transação que os interessados reais controlam dissimuladamente, mantendo-se no anonimato. Designação apropriada para indivíduos que ficavam na linha de frente de embarcações em guerra, sendo os primeiros a sofrerem danos, verdadeiros testas de ferro.

(2)   Santo do Pau Oco: é uma expressão equivalente a uma santa falsificada, que não é de madeira de lei. No Período Colonial, no auge da mineração, a Coroa Portuguesa cobrava o imposto de 20% sobre a extração do ouro. Passou-se a rechear o interior de estátuas com o ouro para fugir da cobrança governamental.

(3)   Pagar o Pato: Fazer o papel de tolo, pagar para que os outros se aproveitem, arcar com as despesas alheias, ser ludibriado. Relata-se que, um vendedor de patos, em transação com uma dama, estabelecera que receberia “certos favores” da dama como régio pagamento. Certa feita, durante uma discussão entre o vendedor e a dama, o marido acede em pagar a conta, no caso o pato, para abreviar a disputa e não atrasar a ceia. Pagando, literalmente, o pato.

(4)   Bode Expiatório: é alguém que leva a culpa por atos que não cometeu. O nome faz alusão ao bode, símbolo das iniquidades do povo judeu, que, no Dia da Expiação (Yom Kippur), o Sumo-Sacerdote expulsava aos confins do deserto, expiando assim os pecados de Israel.
(5)   Conto do Vigário: atitude de pessoas que trapaceiam outras. Há relatos que tal conto teve origem no século XVII na cidade de Ouro Preto, onde duas paróquias disputavam a mesma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários propôs que amarrassem a santa no lombo de um burro e o colocasse entre as duas paróquias litigantes. A direção que o animal tomasse ficaria com a imagem. O vigário da igreja de Pilar, a vencedora, “por coincidência” era o dono do animal que carregava a imagem.

(6)   Quinto dos Infernos: expressão utilizada para ser usada por alguém com muita raiva ou com indignação. Refere-se ao Ciclo de Ouro no Brasil, no fim do século XVIII quando a Coroa Portuguesa cobrava um imposto “o quinto” relativo a 20% do ouro encontrado em minas brasileiras. Os donos das minas auríferas, passaram a chamar tal imposto injusto de “o quinto dos infernos”.


                                                                     Ponto final.









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