TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL EM DOIS TOQUES
Remonta ao
tempo de Hipócrates (460 a.C.- 370 a.C.) relatos acerca de alterações
comportamentais observadas em mulheres durante o ciclo menstrual. Vários
sintomas dizem respeito aos dez dias que antecedem a menstruação, tais como,
distensão abdominal, dor mamária, ansiedade, crises de choro, dificuldade de
concentração e rápida mudança de humor. Existe nesta condição uma gradação de severidade
indo de quadros leves, catalogados como síndrome da tensão pré-menstrual (STPM)
representando 85% dos casos e aqueles graves denominados como síndrome
disfórica pré-menstrual (SDPM) responsáveis pelos 15% restantes.
Tais
achaques acometem mulheres jovens entre 20 e 35 anos de idade. Várias hipóteses
têm sido aventadas, contudo a real fisiopatologia de tal síndrome ainda permanece
obscura. Sabe-se que a flutuação hormonal de substâncias esteroides como o
estrogênio e a progesterona causa impactos na função cerebral incluindo áreas
de cognição, status emocional, entre outros. Tem-se como certo que os casos
ditos leves de síndrome de tensão pré-menstrual podem ser controlados com
simples mudanças de hábitos de vida acrescidos de terapias brandas.
Os quadros
graves catalogados como síndrome disfórica pré-menstrual (SDPM) se apresentam
mais raramente e exigem acurácia em seu diagnóstico, posto que, não existem
exames bioquímicos que possam ser utilizados como marcadores de tal distúrbio.
Consideram-se sintomas chamativos: humor deprimido; ansiedade e tensão
marcantes; extrema labilidade emocional; irritabilidade gerando conflitos interpessoais;
dificuldade de concentração; insônia ou sonolência. Tudo isto interfere nas
esferas familiar, social e laboral. Há que se afastar problemas de saúde que
podem confundir mimetizando a síndrome disfórica pré-menstrual, tais como:
hipertireoidismo, enxaqueca, epilepsia e doenças psiquiátricas.
Nas formas
leves chamadas de síndrome da tensão pré-menstrual (STPM) recomendam-se
exercícios físicos regulares e modificações na dieta com redução na ingesta de
açúcar, sal e cafeína. Pode-se lançar mão de produtos naturais como, óleo de
prímula, Vitex agnus castus e Hypericum perforatum.
Nas formas
graves, ditas síndrome disfórica pré-menstrual se dispõe de um leque de opções
de tratamento onde constam:
Contraceptivos orais combinados, “ as pílulas”,
que mostram boa eficácia em uma variedade de combinações;
Progesterona
e progestágenos: há relatos controversos acerca dos resultados obtidos;
Inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS): mesmo que utilizados somente na
segunda fase do ciclo menstrual mostram boa eficácia no controle dos sintomas.
Existem vários produtos, igualmente seguros e efetivos, dentro desta classe de
medicamentos.
A acupuntura
e a psicoterapia ocupam posição de real destaque na assistência individualizada
e integral a este instigante problema que afeta a saúde da mulher em idade
reprodutiva no mundo inteiro.
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