quinta-feira, 13 de julho de 2017

TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL EM DOIS TOQUES



Remonta ao tempo de Hipócrates (460 a.C.- 370 a.C.) relatos acerca de alterações comportamentais observadas em mulheres durante o ciclo menstrual. Vários sintomas dizem respeito aos dez dias que antecedem a menstruação, tais como, distensão abdominal, dor mamária, ansiedade, crises de choro, dificuldade de concentração e rápida mudança de humor. Existe nesta condição uma gradação de severidade indo de quadros leves, catalogados como síndrome da tensão pré-menstrual (STPM) representando 85% dos casos e aqueles graves denominados como síndrome disfórica pré-menstrual (SDPM) responsáveis pelos 15% restantes.

Tais achaques acometem mulheres jovens entre 20 e 35 anos de idade. Várias hipóteses têm sido aventadas, contudo a real fisiopatologia de tal síndrome ainda permanece obscura. Sabe-se que a flutuação hormonal de substâncias esteroides como o estrogênio e a progesterona causa impactos na função cerebral incluindo áreas de cognição, status emocional, entre outros. Tem-se como certo que os casos ditos leves de síndrome de tensão pré-menstrual podem ser controlados com simples mudanças de hábitos de vida acrescidos de terapias brandas.

Os quadros graves catalogados como síndrome disfórica pré-menstrual (SDPM) se apresentam mais raramente e exigem acurácia em seu diagnóstico, posto que, não existem exames bioquímicos que possam ser utilizados como marcadores de tal distúrbio. Consideram-se sintomas chamativos: humor deprimido; ansiedade e tensão marcantes; extrema labilidade emocional; irritabilidade gerando conflitos interpessoais; dificuldade de concentração; insônia ou sonolência. Tudo isto interfere nas esferas familiar, social e laboral. Há que se afastar problemas de saúde que podem confundir mimetizando a síndrome disfórica pré-menstrual, tais como: hipertireoidismo, enxaqueca, epilepsia e doenças psiquiátricas.

Nas formas leves chamadas de síndrome da tensão pré-menstrual (STPM) recomendam-se exercícios físicos regulares e modificações na dieta com redução na ingesta de açúcar, sal e cafeína. Pode-se lançar mão de produtos naturais como, óleo de prímula, Vitex agnus castus e Hypericum perforatum.
Nas formas graves, ditas síndrome disfórica pré-menstrual se dispõe de um leque de opções de tratamento onde constam:

Contraceptivos orais combinados, “ as pílulas”, que mostram boa eficácia em uma variedade de combinações;

Progesterona e progestágenos: há relatos controversos acerca dos resultados obtidos;
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS): mesmo que utilizados somente na segunda fase do ciclo menstrual mostram boa eficácia no controle dos sintomas. Existem vários produtos, igualmente seguros e efetivos, dentro desta classe de medicamentos.

A acupuntura e a psicoterapia ocupam posição de real destaque na assistência individualizada e integral a este instigante problema que afeta a saúde da mulher em idade reprodutiva no mundo inteiro.







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