ANO DE 1917 NO BRASIL
Há cem anos
(1917) o operariado e as esquerdas brasileiras de sempre ficaram ouriçadas e babando
de prazer pela notícia do eclodir da Revolução Comunista Soviética, que
consumiria cerca de vinte milhões de vidas e serviria de modelo para marionetes
espalhadas pelo mundo afora. Era o fantasma do comunismo internacional a rondar
países distantes, a maioria vivendo em frágeis democracias. O Brasil foi o
último rincão a proscrever o escravismo (infelizmente), e em contrapartida,
corre o risco de ser o último a abraçar o socialismo (se Deus quiser!).
Em 1917 é
assassinado o grande industrial nordestino Delmiro Gouveia (1863- 1917) nascido
no município de Ipu, no Estado do Ceará, que de simples tropeiro tornou-se por
indômita força de vontade, um industrial de vanguarda. No ano de 1930,
funcionários da empresa inglesa “ Machine Cotton” jogaram as máquinas da
fábrica de linhas “Estrela” que fora de propriedade de Delmiro Gouveia, nas
gargantas da cachoeira de Paulo Afonso numa agressão gratuita e infamante ao “
Rio São Francisco, o Velho Chico” e à imperecível figura do destemido Coronel
Delmiro Gouveia.
Oswaldo Cruz
(1872- 1917), um cientista brasileiro, no mês de fevereiro de 1917 falece
ocupando o primeiro plano no panteão dos grandes vultos da História do Brasil.
Oswaldo Cruz pertenceu à Academia Brasileira de Letras e foi nomeado Cavalheiro
da Legião de Honra da França.
Dois compositores, Donga e Mauro de Almeida,
registram na Biblioteca Nacional a propriedade intelectual do samba “ Pelo
Telefone” , considerado o primeiro na história da Música Popular Brasileira (
MPB):
“O chefe da
folia/ pelo telefone manda me avisar/que com alegria/não se questione para se
brincar/ai, ai, ai,/é deixar as mágoas para trás, ó rapaz/ai, ai, ai/fica
triste se és capaz e verás/tomara que tu apanhe/pra nunca mais fazer isso/tirar
amores dos outros/depois fazer teu feitiço/ai, se a rolinha, sinhô, sinhô/se
embaraçou, sinhô, sinhô/é que a avezinha, sinhô, sinhô/nunca sambou, sinhô,
sinhô/porque este samba , sinhô, sinhô/de arrepiar, sinhô, sinhô/põe perna
bamba, sinhô, sinhô/mas faz gozar, sinhô, sinhô/o peru me disse/se o morcego
visse/não fazer tolice/que eu então saísse/dessa esquisitice/de disse- não-
disse/ah !ah! ah!/aí está o canto ideal, triunfal/ai, ai, ai/viva o nosso
carnaval sem rival/se quem tira o amor dos outros/por Deus fosse castigado/o
mundo estava vazio/ e o inferno habitado/queres ou não, sinhô, sinhô/vir pro
cordão, sinhô, sinhô/é ser folião, sinhô, sinhô/de coração, sinhô, sinhô/porque
este samba, sinhô, sinhô/de arrepiar, sinhô, sinhô/põe perna bamba, sinhô,
sinhô/mas faz gozar, sinhô, sinhô/quem for bom de gosto/mostre-se disposto/não
procure encosto/tenha o riso posto/faça alegre o rosto/nada de desgosto/ai, ai,
ai/dança o samba/com calor, meu amor/ai, ai, ai/pois quem dança/não tem dor,
nem calor”
Em 2017 o
Brasil, lindo e trigueiro, segue deitado em berço esplêndido, rés do chão em
meio a porcos, ratazanas, sapos e corvos, num lodaçal asfixiante, como um
indigente em fase terminal, apenas, esperando a extrema- unção.
Enquanto
isso, “ Coxinhas e Mortadelas” que tanto se digladiaram em vão, hoje,
bovinamente, partem para o abate final.
Sorridentes e confiantes, apenas, os de sempre:
políticos malandros, juízes prevaricadores e empresários mafiosos!
Brasil, País
do Faturo!
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