sábado, 8 de julho de 2017

Saber e Poder


Em uma de suas obras, A Retórica, Aristóteles (384-322 a.C) relata que certa feita a esposa de Hieron, rei de Siracusa perguntou ao poeta Simônides o que valia mais: ser rico,ou ser sábio? "Rico, respondeu o poeta; " pois vejo os sábios estarem sempre batendo às portas dos ricos".
Deste modo, assistimos aos ricos, em geral, poderosos, levarem boa parte da sofrida humanidade a pensar na aquisição, o mais que puder, de bens materiais, a qualquer custo. Tais criaturas pensam que suas riquezas lhes conferem o direito de dirigir os demais seres humanos.
Relata - se que contaram a um filósofo o tal episódio da resposta de Simônides à esposa de Hieron e que ele verberou : " correto, é verdade que os sábios em geral batem às portas dos ricos, e que os ricos não batem às portas dos sábios; mas, isto é porque os sábios sabem o de que precisam, e se os ricos não procuram os sábios é porque não conhecem quais são as suas necessidades "( atribuído a Antístenes ).
Transpondo isto para os dias de hoje em Pindorama constata - se como o argumento do filósofo Francis Bacon(1561-1626) " o conhecimento é em si mesmo um poder" não é levado em conta pelos poderosos palacianos. Assistimos pasmos, semianalfabetos granjeiros catapultados a ricos industriais, passando por medíocres parlamentares ostentando falsas pérolas e findando em magnatas da justiça como semideuses.
Foi de cortar coração a triste cena protagonizada recentemente por um figurão da política, banhado em prantos diante das câmeras televisivas de Pindorama ao ser confirmada sua prisão.
Vale a pena lembrar Sêneca (4 a.C - 65) ao afirmar que" a maioria das pessoas é infeliz exatamente por procurar ser feliz, e não sabe o que possa ser a felicidade".

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