terça-feira, 23 de maio de 2017

RENASCIMENTO E BURGUESIA



Desde meados do século XIV vamos encontrar escritores e artistas na Europa, como Petrarca (1304- 1174) e Bocaccio (1313-1375) instigando um renascer das artes após “ mil anos de trevas”. Surge o “ mito do Renascimento”: um resgate dos valores da Grécia Antiga e de um novo Humanismo.

Depois aparecem Galileu (1564- 1642), Copérnico (1473- 1543), Kepler (1571- 1630), Newton (1642-1727) e Descartes (1596-1650). A reboque deste movimento surge a Burguesia.
 Assim são denominados burgueses aqueles mercadores e comerciantes, excluindo o campesinato. Enfim, uma classe social ligada a atividades urbanas que ao longo do tempo tornou-se poderosa política e economicamente.

Hoje o burguês pertence à classe média, acossado por certos elementos partidários e classificado como, excessivamente apegado a bens materiais, portando valores e hábitos conservadores. 
De resto, um quase demônio. Malvadeza propagada, especialmente, por filhos tortos de Marx, um burguês muito citado e pouco lido, que tinha ojeriza ao trabalho.

Soa hoje soa como destoado da realidade o inocente lamento do “Pequeno Burguês” de Martinho da Vila, posto que, o candidato ao ingresso numa universidade dispõe, hodiernamente, de “cotas” para admissão e bolsas a granel, onde após uma lavagem cerebral, se especializa em fazer parte da legião de mascarados a berrar nas avenidas, mantras contra as “zelites brancas da paulista”:

“ Felicidade! /passei no vestibular/mas a faculdade é particular/particular/ela é particular/livros tão caros/tantas taxas pra pagar/meu dinheiro muito raro/alguém teve que emprestar/o meu dinheiro/alguém teve que emprestar/morei no subúrbio/andei de trem atrasado/do trabalho ia pra aula/sem jantar e bem cansado/mais lá em casa/à meia- noite/tinha sempre a me esperar/um punhado de problemas/e criança pra criar/para criar/só criança pra criar/mas felizmente/eu consegui me formar/mas de minha formatura/não cheguei a participar/faltou dinheiro pra beca/e também pro meu anel/nem o diretor careca/entregou o meu papel.../o meu papel/meu canudo de papel/e depois de tantos anos/só decepções , desenganos/dizem que sou um burguês/muito privilegiado/mas burgueses são vocês/eu não passo de um pobre coitado/e quem quiser ser como eu/vai ter é que penar um bocado/um bom bocado/vai penar um bom bocado...”


Hoje, muitos solertes políticos da alta esfera do governo e empresários graúdos, todos envolvidos em crimes de corrupção, à moda da máfia siciliana, dão claros sinais que passaram ao largo dos portões de faculdades, mas pouco importa, são verdadeiros filhos de Midas que transformam em ouro tudo que tocam.

 No final, contudo, só de mal, perecerão de fome e sede!

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