RENASCIMENTO E BURGUESIA
Desde meados
do século XIV vamos encontrar escritores e artistas na Europa, como Petrarca
(1304- 1174) e Bocaccio (1313-1375) instigando um renascer das artes após “ mil
anos de trevas”. Surge o “ mito do Renascimento”: um resgate dos valores da
Grécia Antiga e de um novo Humanismo.
Depois
aparecem Galileu (1564- 1642), Copérnico (1473- 1543), Kepler (1571- 1630),
Newton (1642-1727) e Descartes (1596-1650). A reboque deste movimento surge a
Burguesia.
Assim são denominados burgueses aqueles mercadores e comerciantes,
excluindo o campesinato. Enfim, uma classe social ligada a atividades urbanas
que ao longo do tempo tornou-se poderosa política e economicamente.
Hoje o
burguês pertence à classe média, acossado por certos elementos partidários e
classificado como, excessivamente apegado a bens materiais, portando valores e
hábitos conservadores.
De resto, um quase demônio. Malvadeza propagada,
especialmente, por filhos tortos de Marx, um burguês muito citado e pouco lido,
que tinha ojeriza ao trabalho.
Soa hoje soa
como destoado da realidade o inocente lamento do “Pequeno Burguês” de Martinho
da Vila, posto que, o candidato ao ingresso numa universidade dispõe,
hodiernamente, de “cotas” para admissão e bolsas a granel, onde após uma lavagem
cerebral, se especializa em fazer parte da legião de mascarados a berrar nas
avenidas, mantras contra as “zelites brancas da paulista”:
“
Felicidade! /passei no vestibular/mas a faculdade é particular/particular/ela é
particular/livros tão caros/tantas taxas pra pagar/meu dinheiro muito
raro/alguém teve que emprestar/o meu dinheiro/alguém teve que emprestar/morei
no subúrbio/andei de trem atrasado/do trabalho ia pra aula/sem jantar e bem
cansado/mais lá em casa/à meia- noite/tinha sempre a me esperar/um punhado de
problemas/e criança pra criar/para criar/só criança pra criar/mas felizmente/eu
consegui me formar/mas de minha formatura/não cheguei a participar/faltou
dinheiro pra beca/e também pro meu anel/nem o diretor careca/entregou o meu
papel.../o meu papel/meu canudo de papel/e depois de tantos anos/só decepções ,
desenganos/dizem que sou um burguês/muito privilegiado/mas burgueses são
vocês/eu não passo de um pobre coitado/e quem quiser ser como eu/vai ter é que
penar um bocado/um bom bocado/vai penar um bom bocado...”
Hoje, muitos
solertes políticos da alta esfera do governo e empresários graúdos, todos
envolvidos em crimes de corrupção, à moda da máfia siciliana, dão claros sinais
que passaram ao largo dos portões de faculdades, mas pouco importa, são
verdadeiros filhos de Midas que transformam em ouro tudo que tocam.
No final,
contudo, só de mal, perecerão de fome e sede!
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