A PERDA DA INOCÊNCIA DO BICHO – HOMEM
Faz – se voz corrente a estimativa de que a perda da inocência da humanidade decorreu daquele simplório casal que sob a maléfica influência de uma serpente comeu a maça proibida da árvore do conhecimento . Aquilo foi apenas o princípio de uma tragédia . A real e fatal perda deu – se nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 , quando dois mortíferos e endemoninhados petardos , o “ Little Boy , o garotinho “ e o “ Fat Boy , o gorducho “ foram arremessados , sem prévio aviso , contra duas cidades japonesas , Hiroshima e Nagasaki , ocasionando a morte de milhares de inocentes . A tal Bomba Atômica , gestada por “ mentes brilhantes e pacifistas “ colocou o mundo sob o tacão de uma nova era , a do “ Cogumelo Atômico “ , uma terrível “ Espada de Dâmocles “ balançando sobre o pescoço da pobre humanidade . Naquela ocasião , sim , aconteceu a verdadeira perda da inocência do bicho – homem que pode seguir o mesmo destino dos dinossauros do passado , virando pó e , ainda de forma mais drástica , sem deixar quaisquer vestígios . Restarão , tão somente , os átomos e o vazio , de Demócrito , e de outros materialistas , a ocupar este infinito espaço , do insondável e misterioso multiverso , até que surja um novo Big – Bang , para começar tudo de novo .
Um dos pais da era nuclear , o cientista Albert Einstein , declarou em 1945 :
“ O poder incontrolado do átomo mudou tudo , exceto nossa forma de pensar e , por isso , caminhamos para uma catástrofe sem paralelos “ .
E , sendo assim , então , adeus , Homo sapiens sapiens demens ! .
Rosa de Hirishima , de Vinicius de Moraes
“ Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas , oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti – rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada “
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