domingo, 6 de setembro de 2015

DOIS  AMANTES   À BEIRA – MAR

Na Avenida Beira – Mar em  Fortaleza , nas proximidades da Praça dos Peixinhos , um casal à moda antiga , do tipo Romeu e Julieta , troca carícias mil , mantendo como pano de fundo , as tremeluzentes luzes do sol , baixando a guarda e sendo engolido pelas verdes vagas do atlântico oceano .
Um transeunte  , absorto àquele mágico momento , tão pouco comum nos apressados dias modernos , nas sociedades emergentes  dos “ WhatsApp “ e “ Facebook “ , indiscreto e pouco cioso , aproximou –se daquela bucólica cena , literalmente , quebrando o encanto da poesia e promovendo o revoar barulhento de asas daquele casal de pombinhos , que foi parar no alto de um florido cajueiro . Ali sob a proteção da mãe – natureza  ,  os dois amantes continuaram sua sinfonia de amor em meio a arrulhos e gorjeios , distantes  da azáfama do bicho – homem .  Ah  , essa fase do amor !

“ Essa fase do amor
É bonita demais  , lua cheia
Se Netuno quiser
Posso me transformar em sereia
Essa fase do amor
É bonita demais  , é nascente
Se o sol me queimar
Posso me transformar em poente
Que nem recheio de bombom
E as estrelas de néon sobre a aldeia
Nas veias um licor de anis
Me leva às ruas de Paris e incendeia
E eu me sinto assim como um deus grego
Como um barco indo de Veneza pro oceano
Como um corcel dum beduíno
Como a emoção dos violinos dos ciganos
E eu me sinto como um Zeus Negro
Convidado pra sentar na mesa dos Arcanos
E cear com toda realeza
E beber o vinho da nobreza dos humanos “  .             Composição de Altay Veloso .

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