O MARANHENSE
HUMBERTO DE CAMPOS
Humberto de Campos Veras (1886- 1934) nasceu na
cidade de Miritiba, hoje Humberto de Campos, no estado do Maranhão, em 25 de
outubro de 1886 e faleceu no dia 05 de dezembro de 1934, aos 48 anos, portanto.
Seus pais foram Joaquim Gomes de Faria Veras, comerciante, e, Ana de Campos
Veras. Teve uma infância pobre e cedo migrou para São Luiz do Maranhão. Daí
seguiu para o estado do Pará onde como redator passou a integrar o jornal Folha
da Noite e em seguida o Província do Pará. Cedo, em 1910, estreia com um livro
de poesia intitulado “Poeira “. Dois anos depois parte para o Rio de Janeiro onde
pontua ao lado de feras como Rui Barbosa, José Veríssimo e Vicente de Carvalho,
atuando no jornal Imparcial. Em 1920 elege-se deputado federal pelo estado do
Maranhão e em 1930 perde o mandato por conta da Revolução de 30. Em 1933
publica seu mais célebre livro: Memórias. Surge depois como obra póstuma “ O
Diário Secreto “ que ocasionou um grande escândalo pelo ferino e inconveniente
conteúdo do mesmo. Em 1954 a editora W.M. Jackson Inc., lança o livro de
Humberto de Campos, “O Brasil Anedótico “ , do qual retiramos as seguintes
histórias:
As Leis:
D. José da Cunha
Azevedo Coutinho, bispo de Pernambuco, faleceu em 1821, foi um dos prelados
mais ilustres que o Brasil tem possuído.
Certo dia, falava-se sobre leis.
– As leis, meu
filho... – fez o sacerdote. E
definiu: - As leis são teias de aranha
que servem para apanhar insetos, mas que se deixa romper pela pressão, de
qualquer corpo mais pesado!
Não quero:
Exercia Agostinho Petra Bittencourt o cargo de Juiz aposentado
no Rio de janeiro, quando, ao dar uma ordem a um dos seus subordinados, este
recusou cumpri-la. Indagada a razão, respondeu laconicamente:
- Porque não quero!
Preso o funcionário pelo juiz, e recolhido à cadeia, foi
magistrado surpreendido, no dia seguinte, por uma do Paço, em que um dos
maiorais da corte lhe ordenava que soltasse o preso, por não se considerar
crime a expressão- “ não quero”! À leitura
da ordem, o juiz Petra, que era desabusado, voltou-se para o portador: Diga ao
seu amo que, se não é crime dizer ”Não quero”...
E, furioso:
- Não solto o homem porque” não quero”!
Gente da saia:
Um político fluminense, amigo de Nilo Peçanha, acabava de
entrar para a política do Estado, quando um dia, irritado com um magistrado
local, resolve ataca-lo, antes disso, foi, porém, comunicar a sua resolução ao
chefe do partido.
- Acalme-se, meu amigo, Acalme-se ...
- Aconselhou o ex- presidente da República.
- Nada de precipitações e, se você quer ser mesmo político,
não brigue com gente de saia.
E definiu: - Juiz, mulher e padre...
Humberto de Campos foi jornalista, crítico, contista, poeta,
memorialista e político. Ocupou a Cadeira de número 20 da Academia Brasileira
de Letras sucedendo a Emílio de Menezes.
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