UM PAÍS JUSTO / UM PAÍS INJUSTO ?
“ Gostaria de pedir perdão . Peço desculpas pelas vidas que roubei , pelo sofrimento e pelas
dores que causei “ . Assim se expressou o belo jovem , quase uma criança , de 21 anos ,
diante do Tribunal , recentemente , num país do Norte .
“ Ninguém recordará que teus professores te apreciavam , que eras divertido e um bom atleta
. Cada vez que teu nome for mencionado , será recordado pelo mal que fizeste e pelas mortes
“ , comentou o severo juiz .
O presente condenado , provavelmente , findará seus dias , em breve , com uma injeção
letal nas veias , administradas em uma determinada unidade prisional . Assim reza a lei
vigente , controversa , sem dúvida , naquele país do Norte .
Transplantemos o cenário para um imaginário país do sul do equador julgando o mesmo
criminoso . Na chegada à audiência , o jovem acusado , acena com o braço erguido e a mão
fechada , para uma multidão em franco delírio , aos gritos e lágrimas . Após um caloroso
debate sairia , enfim , a aguardada sentença : 10 anos de reclusão , com direito a progressão
de pena , por se tratar de réu primário . No final o acusado passaria , no máximo , 3 anos em
regime fechado .
Na prisão – universidade sob os auspícios do Estado , ganharia a sociedade um novo pós-
graduado no crime , pronto para delinquir com mais perfeição . A outra opção oferecida ao
jovem , de volta aos braços da senhora liberdade , seria a inserção no ambicionado mundo
político , através da inscrição num dos muitos e exóticos partidos nanicos atuantes . Acresce
que logo algum alcaide mais afoito faria erguer um busto do jovem numa praça qualquer ou
abriria um espaço cultural em homenagem ao nobre cidadão em pauta .
No mais , seria usufruir deste paraíso tropical , bonito por natureza , sob as bênçãos do
carnaval , do futebol , das belas morenas da cor de Madalena , das infinitas praias e das
impagáveis “ louras geladas “ . E saravá , que ninguém é de ferro ! .
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