Trio Nagô, do Ceará para o Mundo
Evaldo Gouveia de Oliveira ( 1928 - 2020 ) , nasceu na cidade de Orós , no interior do Ceará . Seus pais foram : José Augusto de Oliveira , comerciante , e Maria Gouveia Filha , prendas do lar . Cedo a família de Evaldo migrou para Iguatu , onde o garoto Evaldo obteve cidadania iguatuense . O próximo pouso foi em Fortaleza , numa residência situada na rua Assunção , perto do Batalhão da Polícia Militar ( Praça José Bonifácio) .
Cedo , aos 12 anos de idade , Evaldo tomou contato com o violão , o amor eterno dos boêmios e seresteiros . Um pouco mais adiante : Evaldo ( 16 anos ) , Epaminondas ( 17 anos ) , e Mário Alves ( 36 anos ) criaram o Trio Nagô , batizado assim pelo jornalista , escritor , historiador , teatrólogo e pesquisador , Manuelito Eduardo Pinheiro Campos ( 1923 - 2007 ) .
Daí, já nos anos 40 , no Rio de Janeiro , atuando no programa do cearense César de Alencar ( 1917 - 1990 ) , o Trio Nagô emplacava sucessos como :
Ave Maria no Morro ( Herivelto Martins ) ;
Boiadeiro ( Armando Cavalcanti - Klecius Caldas ) ;
Jezebel ( Wayne Shanklin - Caribé Rocha ) .
Várias músicas do Trio Nagô fizeram sucesso no Brasil e no estrangeiro , até que em 1961 começa a "entrar água na canoa " quando um dos integrantes do Trio , Mário Alves , pede desligamento do grupo.
Daí apareceu Jair Amorim ( 1915 - 1993 ) , gerando uma dupla fértil com Evaldo Gouveia .
" Encontrei hoje cedo no meu barracão
Minha roupa de conde no chão
Fantasia de plumas azuis a rolar
E achei em pedaços bem junto à janela
O meu pinho quebrado por ela
Tal e qual sucedeu na canção popular
Bem que eu quis atrás dela sair e brigar
Mas depois me lembrei que é melhor
Ela ir de uma vez e eu ficar
E além do mais
Sambista até morrer eu sou
E onde a minha escola for eu vou
Amor a gente perde
A gente tem amor que vem
Como é que eu posso por ela trocar
A emoção de ver Vilma dançar
Com o seu estandarte na mão
E ouvir todo o povo
Meu povo aplaudir
Minha escola a evoluir
Minha alma comigo passar
Bem melhor do que ela
É sair na Portela
E um samba enredo na asfalto cantar
Lá, lá , iá , iá
Lá, lá, iá, lá, iá, lá, iá. "
Composição " O Conde " , da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim .
" Angústia , solidão ,
Um triste adeus em cada mão.
Lá vai , meu bloco vai
Só deste é que ele sai .
Na frente sigo eu
Levo um estandarte de um amor .
O amor que se perdeu ,
No carnaval, lá vai meu bloco.
E lá vou eu também,
Mais uma vez sem ter ninguém .
No sábado e domingo,
Segunda e terça - feira
E quarta - feira vem ,
O ano inteiro é todo assim .
Por isso quando eu passar ,
Batam palmas pra mim .
Aplaudam quem sorri ,
Trazendo lágrimas no olhar .
Merece uma homenagem,
Quem tem forças pra cantar,
Tão grande é minha dor ,
Pede passagem quando sai
Comigo só
Lá vai , meu bloco vai
Laiá, laiá , laiá
Laiá, laiá, laiá
Lalaiá , lalaiá
Laiá "
Composição " Bloco da Solidão " , da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim.
Ponto Final e Feliz Quarta - Feira de Cinzas .
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