A Trajetória Gloriosa de Antônio de Sampaio
A vida dos grandes soldados semelha à trajetória dos bólidos que rasgam os céus, num vívido rastro de luz. Assim , os dias se passam nas ardências da guerra e no queimar das pelejas cruentas.
Antônio de Sampaio veio ao mundo no dia 24 de maio de 1810 , na Fazenda Vítor , em Tamboril , no Ceará. Seu pai , Antônio Ferreira de Sampaio, era ferreiro de Monte Mor , o Velho. O meio cultural carente reinante à época permitiu que o garoto Antônio recebesse apenas a instrução primária. Em 17 de julho de 1830 , Antônio de Sampaio assenta praça no 22° Batalhão de Caçadores, em Fortaleza.
As qualidades viris , frutos do ambiente sáfaro do sertão cearense , plasmaram o jovem Antônio para os próximos 35 anos de vitoriosa carreira militar : 1830 : Praça; 1832 : Sargento ; 1839 : Tenente ;
1843 : Capitão; 1851 : Major ; 1855 : Tenente Coronel ; 1861 : Coronel ; 1865 : Brigadeiro.
O "Batismo de Fogo" de Sampaio deu - se em 1832 no sul da Província, no cariri cearense. Depois segue para Belém do Pará e São Luís do Maranhão, em campanhas de luta.
Depois vem a Guerra contra Oribe e Rosas até chegar à Guerra do Paraguai , onde o bravo guerreiro Antônio de Sampaio findou seus dias na Batalha de Tuiuti , quando 2.683 soldados brasileiros foram postos fora de combate.
Antônio de Sampaio morre no dia 6 de julho de 1866, a bordo do " Eponina " , quando ferido, dirigia - se para Buenos Aires em busca de tratamento. No dia 8 de julho ocorre seu enterro na capital portenha.
Em 20 de dezembro de 1869 o corpo do herói é trasladado para o Rio de Janeiro. Nova transferência acontece em 25 de novembro de 1871 para Fortaleza , onde os restos mortais ficam depositados na Catedral Metropolitana. Em 25 de outubro de 1873 , os despojos seguem da Catedral da Sé para o Cemitério de Fortaleza.
Finalmente , em 24 de maio de 1966 , os despojos de Antônio de Sampaio partem do Cemitério São João Batista, num comboio para um pouso definitivo num Mausoléu situado na Avenida Bezerra de Menezes defronte ao antigo CPOR .
O cortejo fúnebre foi formado por 12 alunos do Colégio Militar de Fortaleza montados , empunhando Bandeiras Históricas, seguida de uma linha de tambores , também daquele educandário , comandado pelo aluno Francisco José Pessoa de Andrade Reis . Na altura do número 915 da Rua Padre Mororó , o cortejo faz uma breve parada sob a guarda de 4 frondosos Ficus benjamina , enquanto a urna retardatária se aproximava . Neste endereço morava um outro adolescente , Francisco Clayrton Weyne Martins, amigo do acima citado , Francisco José Pessoa.
Uma década depois , os dois jovens graduaram - se em Medicina e seguiram a mesma especialidade : Oftalmologia.
Finalmente , um outro Francisco José , tornou -se na mesma época, um simples parteiro de ofício, e amigo - irmão dos outros Francisco citados , e que psicografa esta crônica conjunta com os demais amigos.
Saudades imorredouras!
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