Lembrando Leonardo Mota : 15 de Novembro
" Quem vive no Nordeste não é Jeca Tatu, é Mané Chique - Chique. E Mané Chique - Chique não vive de cócoras, porque acomodado ninguém dá vivas à Liberdade, nem liberta escravos , nem abate ditadores, nem funda Repúblicas, nem desbrava florestas ... e Mané Chique - Chique, quatro anos antes do 13 de maio , quebrou os grilhões e fechou as senzalas dos cativos; sessenta e cinco anos antes do 15 de novembro, fundou a Confederação do Equador; cinco anos antes do 7 de setembro, gritou a libertação nacional. "
Leonardo Mota ( 1891 - 1948 ) , nascido em Pedra Branca, no interior do Ceará, e considerado o Príncipe dos folcloristas nacionais.
Assim o folclorista Luís da Câmara Cascudo ( 1898 - 1986 ) descrevia " Leota ":
"Era ele mesmo o sertão. Um toro de aroeira, ardendo ao sol do Ceará, povoado de violeiros e sonoro de estridência desafiante das pelejas cantareiras. Baixo , grosso, impetuoso, a máscara risonha , irradiante de simpatia , irresistível de comunicabilidade, espalhando a musicalidade das recordações na técnica infalível do anedotário incomparável. Ouvi- lo era ver o sertão inteiro, tradicional e eterno, paisagem horizontal dos tabuleiros , candelabros de mandacarus, vulto imóvel das serras misteriosas, ondulação verde do panasco na babugem das primeiras águas; vozes , cantos , benditos ,apoios, feiras ,cangaceiros , cantadores , assombrações, chefes políticos, analfabetos imortais , populares, soldados , comboieiros, luares , entardecer..."
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