O Choro das Águas
"Não é de águas apenas e de ventos,
No rude som, formada a voz do Oceano :Em seu clamor - ouço um clamor humano,
Em seus lamentos - todos os lamentos.
São de náufragos mil estes acentos,
Estes gemidos, este aiar insano,
Agarrados a um mastro, ou tábua, ou pano,
Vejo - os varridos de tufões violentos;
Estes gemidos, este aiar insano,
Agarrados a um mastro, ou tábua, ou pano,
Vejo - os varridos de tufões violentos;
Vejo -os , na escuridão da noite aflitos,
Bracejando , ou já mortos e de bruços,
Largados das marés, em ermas plagas...
Bracejando , ou já mortos e de bruços,
Largados das marés, em ermas plagas...
Oh ! são deles estes surdos gritos,
Este rumor de preces e soluços
É o choro de saudade destas vagas ! "
Este rumor de preces e soluços
É o choro de saudade destas vagas ! "
O Choro das Vagas , soneto de autoria de Alberto Oliveira , fundador da Academia Brasileira de Letras , e considerado o "príncipe dos poetas brasileiros ".
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