LIBERDADE/ANARQUIA X MALUCO BELEZA
Para Andrei e Viviane: Ex Abundantia
Cordis!
“Ansiamos
por um mundo baseado em quatro liberdades humanas essenciais. A primeira é a
liberdade de pensamento e expressão – em qualquer lugar do mundo. A segunda é a
liberdade de cada pessoa venerar Deus de sua própria maneira – em qualquer
lugar do mundo. A terceira é estar livre do desejo... em qualquer lugar do
mundo. A quarta é estar livre do medo... em qualquer lugar do mundo.”
Mensagem do
presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1882 -1945) enviada ao Congresso
Americano em 6 de janeiro de 1941, com o nome de “As quatro Liberdades”.
“Ser
governado é ser vigiado, inspecionado, espionado, dirigido, guiado por leis, numerado,
regulado, registrado, doutrinado, receber um sermão, controlado, verificado,
estimado, avaliado, censurado, comandado por criaturas que não têm o direito
nem a sabedoria nem a virtude de fazer isso... é ser...registrado, contado,
taxado, carimbado, medido, numerado, determinado, licenciado, autorizado,
admoestado, impedido, proibido, reformado, corrigido, punido. É, sob o pretexto
do interesse público... ser colocado sob contribuição, ser treinado, enganado,
explorado, monopolizado, extorquido, apertado, trapaceado, roubado; aí, ao
menor sinal de resistência, à primeira palavra de reclamação, ser reprimido,
multado, vilificado, assediado, caçado, abusado, espancado, desarmado,
amarrado, sufocado, aprisionado, julgado, condenado, ferido, deportado,
sacrificado, vendido, traído e, para coroar isso tudo, zombado, ridicularizado,
desprezado, ultrajado, desonrado. Isso é o governo; essa é a justiça; essa é a
moral”.
Pierre
Joseph Proudhon (1809- 1865), teórico socialista francês, anarquista, autor do
texto acima, para quem a violência grave e o caos social não são provocados por
indivíduos ou pequenos grupos de indivíduos, mas pelo próprio Estado. Ele
defendia que “A propriedade é um roubo. Queremos a propriedade para todo mundo”
Raul Seixas
(1944 –1989), o baiano maluco beleza, participou de um programa infantil
televisivo no dia 3 de junho de 1983 apresentando a música “Carimbador Maluco”,
com clara alusão ao texto do anarquista Proudhon, acima descrito. Coisas de
Raul Seixas, a arengar com os donos do poder à época.
Liberdade
(Roosevelt) e Anarquia (Proudhon): são antípodas. No meio, Raul Seixas, representa o escracho
maneiro:
“5...4...3...2/
parem! Esperem aí/onde é que vocês pensam que vão?/ han, han/ Plunct Plact
Zum/não vai a lugar nenhum!!/tem que ser selado, registrado, carimbado/avaliado,
rotulado, se quiser voar/pra lua : a taxa é alta/pro sol: identidade/mas pro
seu foguete viajar pelo universo/ é preciso meu carimbo dando sim/sim, sim,
sim/o seu Plunct Plact Zum/não vai a lugar nenhum/mas ora, vejam só, já estou
gostando de vocês/aventura como essa eu nunca experimentei/o que queria mesmo
era ir com vocês/mas já que não posso/ boa viagem, até outra vez/ agora o
Plunct Plact Zum/pode partir sem problema algum/boa viagem, meninos, boa
viagem”
Plunct Plact
Zum seria uma onomatopeia do barulho do carimbo comumente utilizado à época do
rigor burocrático. Ponto para o maluco beleza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário