EVALDO GOUVEIA/JAIR AMORIM
SENTIMENTAL DEMAIS
“Sentimental
eu sou/eu sou demais/eu sei que sou assim/porque assim ela me faz/as músicas
que eu/vivo a cantar/tem o sabor igual/por isso é que se diz/como ele é
sentimental/romântico é sonhar/e eu sonho assim/cantando essas canções/para
quem ama igual a mim/e quem achar alguém/como eu achei/verá que é natural/ficar
como eu fiquei/cada vez mais sentimental”
Canção Sentimental Demais, da autoria de Evaldo Gouveia – Jair Amorim.
Evaldo
Gouveia de Oliveira nasceu no dia 8 de agosto de 1928 na cidade de Orós, no interior
do estado do Ceará. Seus pais foram: José Augusto de Oliveira, dono de uma
mercearia, e Maria Gouveia Filha, prendas do lar. Cedo, a família transferiu-se
para Iguatu, onde Evaldo obteve seu registro como cidadão iguatuense. Já sem a
presença do pai, o garoto Evaldo, apenas com a mãe, a avó e um irmão,
transferiu-se para Fortaleza, contando com 11 anos de idade. Aos 12 anos, Evaldo já mostrava certa
intimidade com o violão. Certa feita, ainda menor de idade, Evaldo foi convidado
para tocar numa casa alegre no centro boêmio de Fortaleza, propriamente, na
Pensão Imperial, conhecida como Cabaré da Iracema, situada na rua Barão do Rio
Branco, próxima da rua Senador Alencar, substituindo um músico adoentado.
Conseguiu por mérito, seu primeiro emprego para ajudar nas combalidas finanças
de sua família. Na ocasião, o aprendiz de boêmio, trabalhava num pequeno
comércio localizado próximo ao Mercado Central de Fortaleza , onde fez curso na
universidade da vida com homens e mulheres da noite.
Dali para
cantar em programas de calouros atuando na Ceará Rádio Clube, foi um pulo, conduzido
pelas mãos do radialista Paulo Cabral, onde passou a receber um salário de 20
mil reis por mês. Por influência do Trio Irakitan, oriundo de Natal, no Rio Grande
do Norte, Evaldo Gouveia, com 16 anos, Mário Alves (alfaiate, cantor e boêmio)
com 36 anos e Epaminondas Souza com 17 anos, criaram o Trio Nagô. O repertório
inicial do novel grupo constava das seguintes canções: Ave Maria no Morro, de
Herivelto Martins; Jezebel, de Wayne Shanklin e Caribé Rocha; e, Boiadeiro, de
Armando Cavalcante e Klesius Caldas.
Assim correram o mundo, a Europa, França e
Bahia, encantando plateias. Na década de 70, mais precisamente, em 1974, o Trio
Nagô se desfez e Evaldo Gouveia seguiu uma sólida carreira solo de cantor e
compositor eclético. É quando surge a figura de Jair Amorim (1915-1993) na parada
para formar uma dupla que elaborou cerca de 150 composições em vários gêneros:
bolero, samba-canção, tango, música sertaneja e samba-enredo.
“Alguém me
disse/que tu andas novamente/de novo amor, nova paixão/toda contente/conheço
bem tuas promessas/outras ouvi iguais a essas/esse teu jeito de enganar/conheço
bem/pouco me importa/que tu beijes tantas vezes/e que tu mudes de paixão/todos
os meses/se vais beijar, como eu bem sei/fazer sonhar, como eu sonhei/mas sem
ter nunca/o amor igual ao que te dei”
Canção Alguém me Disse , de autoria de Evaldo Gouveia – Jair Amorim.
“Que queres
tu de mim?/ que fazes junto a mim?/ se tudo está perdido, amor/que mais me
podes dar?/se nada tens a dar/que a marca de uma nova dor/loucura
reviver/inútil se querer/o amor que não se tem/porque voltaste aqui?/se estando
junto a ti/eu sinto que estou sem ninguém/que pensas tu que eu sou?/se julgas
que ainda vou/pedir que não me deixes mais/não tenho que pedir/não sei o que
pedir/se tudo que desejo é paz/que culpa tenho eu?/se tudo se perdeu/se tu
quiseste assim/e então que queres tu de mim?/se até o pranto que chorei/se foi
por ti, não sei” Canção Que Queres Tu de
Mim , de autoria de Evaldo Gouveia -
Jair Amorim.
Um certo
dia, o tango irrompeu nas veias do boêmio Evaldo Gouveia. Umas vizinhas de
apartamento que frequentavam a Boate Barbarella, em Copacabana, comumente,
chegavam de madrugada, e colocavam na radiola velhos tangos de Carlos Gardel
(1890- 1935). Assim nasceu um mimoso tango à brasileira:
“Hoje,
alguém pôs a rodar/um disco de Gardel/no apartamento junto ao meu/que tristeza
me deu/era todo um passado lindo/a mocidade vindo/na parede, me dizer/para eu
sofrer/trago na vida agora calma/um tango dentro d’alma/a velha história de um
amor/que no tempo ficou/garçom, põe a cerveja sobre a mesa/bandoneons, toquem
de novo que Tereza/que esta noite vai ser minha/ e vai dançar/para eu sonhar/a
luz do cabaré/já se apagou em mim/o tango na vitrola/também chegou ao
fim/parece me dizer/que a noite envelheceu/que é hora de lembrar/e de
chorar..” Canção Tango pra Tereza, de
autoria de Evaldo Gouveia - Jair Amorim.
Desde 1993,
com a partida para as nuvens do destino, do companheiro Jair Amorim, o eclético
Evaldo Gouveia continuou compondo e fazendo shows pelo Brasil afora. Suas
músicas foram eternizadas por vozes de gigantes de nossa Música Popular
Brasileira (MPB) como: Nelson Gonçalves; Anísio Silva; Altemar Dutra; Moacir
Franco; Jair Rodrigues; Lúcio Alves; Cauby Peixoto; Ney Matogrosso; Emílio
Santiago; Hebe Camargo; Ângela Maria; Maísa; Dalva de Oliveira; Gal Costa;
Maria Bethânia; Ana Carolina; Simone; Joanna; Edith Veiga, dentre outros.
“Veja só,
que tolice nós dois/brigarmos tanto assim/se depois, vamos nós a sorrir/ficar
de bem, no fim/para que maltratarmos o amor/o amor não se maltrata não/para que
se essa gente/o que quer é ver nossa separação/brigo eu, você briga também/por
coisas tão banais/e o amor em momentos assim/ morre um pouquinho mais/e ao
morrer, então é que se vê/que quem morreu fui eu e foi você/pois sem amor,
estamos sós, morremos nós” Canção
Brigas, de autoria de Evaldo Gouveia - Jair
Amorim.
“Em teu
olhar/busquei perdão/busquei sorriso e luz/achei meu sol/vivi meu céu/meu céu
em teu olhar/olhando a ti/eu me perdi/pelos caminhos/quem me chamar/vai me
encontrar/nos teus olhinhos/em teu olhar/estranho olhar/meu sonho um dia/ se
acabou/nos olhos teus/ existe amor/ existe adeus” Canção Poema do Olhar, da
autoria de Evaldo Gouveia – Jair Amorim.
E queima
rapaziada!
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