Cacaso : Vita Brevis
" Seu amor me furta / seu horror me encanta / minha vida é curta / minha fome é tanta/ minha carne é fraca/ minha paz é louca / minha dor é farta / minha parte é pouca / minha cova é rasa / meu lamento é mudo / seu amor me arrasa / sua ausência é tudo / minha sorte é cega / sua luz me esconde / minha morte é certa / meu lugar é onde / seu carinho é pena/ seu amor é mando/ minha lfalta é plena/ minha vez é quando. "
Cacaso - Antônio Carlos Ferreira de Brito ( 1944 - 1987 ) , nasceu em 13 de março de 1944 , na cidade de Uberaba , em Minas Gerais , filho de Carlos Ferreira de Brito , e , Wanda Aparecida Lóes de Brito . Cedo , aos 12 anos de idade , despertou interesse pelo mundo das artes realizando caricaturas de políticos e outros personagens da vida pública. Daí saltou para o mundo mágico da poesia .
Foi professor , letrista , articulista, poeta e filósofo .
" Poesia eu não te escrevo . Eu te vivo . E viva nós " .
Cacaso participou ativamente do movimento da " Poesia Marginal " ao lado de figuras como , Francisco Alvim , Helena Buarque de Hollanda , Ana Crisina Cesar , e , Charles Chacal .
Muitos de seus poemas foram musicados por artistas da Música Popular Brasileira, como, Elton Medeiros , Edu Lobo, Tom Jobim, Sueli Costa, Sivuca, e , Francis Hime .
Em 27 de dezembro de 1987 , aos 32 anos de idade , Cacaso , por conta de um infarto, parte para uma definitiva viagem rumo ao multiverso .
" Cacaso escreveu poesia rápida como a vida "
" Sou brasileiro de estatura mediana / gosto muito de fulana , mas sicrana é quem me quer / porque no amor quem perde quase sempre ganha/ veja só que coisa estranha , saia dessa se puder / não guardo mágoa, não blasfemo , não pondero/ não tolero lero-lero, devo nada pra ninguém/ sou descansado , minha vida eu levo a muque / do batente pro batuque faço como me convém/ eu sou poeta e não nego a minha raça/ faço versos por pirraça e também por precisão/ de pé quebrado, verso branco , rima rica / negaceio, dou a dica , tenho minha solução/ sou brasileiro, tatupeba taturana/ bom de bola , ruim de grana , tabuada sei de cor / quatro vez sete , vinte e oito , nove fora / ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor / não entro em rifa , não adoço, não tempero/ não remarco, marco zero , se falei não volto atrás/ onde passo deixo rastro, deixo fama / desarrumo toda a trama , desacato Satanás/ sou brasileiro de estatura mediana / gosto muito de fulana, mas sicrana é quem me quer / porque no amor quem perde sempre ganha / veja só que coisa estranha, saia dessa se puder / diz um ditado natural da minha terra / bom cabrito é o que mais berra onde canta o sabiá/ desacredito no azar de minha sina / tico - tico-tico de rapina , ninguém leva o meu fubá " .
Canção de Cacaso e Edu Lobo .
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