quinta-feira, 1 de abril de 2021

 Eu Vou Pra Lua

" Eu vou pra lua / mamãe, eu vou morar lá / sair do meu Sputnik/ do Campo do Jequiá / já estou enjoado aqui da terra / onde o povo a pulso faz regime / a indústria, o roubo , a fome , o crime / onde os preços aumentam todo dia / o progresso daqui é a carestia / não adianta mais se fazer crítica/ ninguém acredita na política/ onde o povo só vive em agonia / na lua não tem nome abreviado: / Ipsep , PM , nem Cofap, nem Ipase , nem Coap/ nem contrabando de mercadoria/ lá não falta água, não falta energia / não falta hospital , não falta escola/ é fuzilado lá quem come bola/ e morre na rua quem faz anarquia... / lá não tem juventude transviada / os rapazes de lá não têm malícia/ quando há casamento na polícia/ a moça é quem é sentenciada/ porventura se a mulher for casada/ e enganar o marido a coisa é feia / ela pega dez anos de cadeia / e o conquistador não sofre nada... ".
Letra do rojão " Eu Vou Pra Lua " , da autoria de Luiz de França e Ary Lobo ( 1930 - 1980 ), Gravadora RCA Victor , ano de 1960.
A letra , inocente e com certo viés machista , faz menção ao lançamento do satélite russo Sputnik , direcionado ao espaço sideral em 03. 11. 1957, tendo uma cadela de rua, chamada Laika , imolada, como inocente tripulante.
Mais de 60 anos se passaram e Pindorama continua como na cantiga da perua ( é de pior a pior, a cantiga da perua é uma só).
E " outros artefatos " russos , chineses , indianos , ingleses e americanos , orbitam sobre Pindorama , agora como tábuas de salvação de uma morbidade que aflige aos tementes filhos de Deus .
A simplicidade é uma complexidade resolvida. Mãos à obra!
Amém!
Pode ser uma imagem de arranha-céu e céu
Jandira Cardoso, Thermodiagnose Nogueira e outras 7 pessoas
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